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Ativistas seguram cartazes na entrada da COP-19, em Varsóvia, criticando os desdobramentos da conferência da ONU | Fotos: Kacper Pempel/Reuters
Ativistas seguram cartazes na entrada da COP-19, em Varsóvia, criticando os desdobramentos da conferência da ONU| Foto: Fotos: Kacper Pempel/Reuters

Divergências

Decisão de deixar as negociações não foi unânime entre grupos

A decisão de abandonar as negociações não foi unanimidade entre os ambientalistas que participavam da COP-19. Nem entre os diversos grupos ambientalistas e nem entre as próprias ONGs que abandonaram as negociações.

Após a saída do estádio, alguns manifestantes discretamente evitaram entregar seus crachás. "Quero voltar amanhã, o ato foi mais uma coisa simbólica. Alguns de nós estarão aqui, sim", disse uma ambientalista brasileira.

Lideranças das ONGs e observadores se retiraram das negociações, mas é possível que militantes estejam de volta para o último dia de negociações. Liz Gallaguer, da organização EG3 (Ambientalismo de Terceira Geração), foi uma das pessoas que discordou do protesto. "Eu entendo e me solidarizo muito com a sensação de impotência e inação deles, mas não concordo com o método escolhido", afirmou.

Folhapress

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Em uma decisão sem precedentes nas conferências mundiais do clima, sete das principais ONGs ambientais do mundo – incluindo o Greenpeace e o World Wide Fund for Nature (WWF) – decidiram abandonar a o encontro deste ano, que acaba hoje em Varsóvia. Segundo as organizações, a falta de diálogo e de vontade política nas negociações da COP-19 impedia qualquer avanço. Então, decidiram se retirar.

Cerca de 200 pessoas se juntaram ao protesto e abandonaram simultaneamente a conferência. Antes da debandada, vários líderes de organizações discursaram sobre a decisão.

"O governo polonês fez o seu melhor para transformar essas conversas [na COP] em uma vitrine para a indústria do carvão. Junto com o retrocesso adotado pelo Japão, Austrália e Canadá, e da falta de liderança significativa de outros países, os governos aqui deram um tapa na cara daqueles que sofrem com os perigosos impactos das mudanças climáticas", disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace.

Segurando cartazes com frases de ordem e de protesto, os ambientalistas marcharam pelo Estádio Nacional de Varsóvia, onde acontece a COP, em fila única antes de abandonarem a conferência. Os manifestantes enfileirados chamaram a atenção das delegações. Alguns aplaudiram e disseram palavras de apoio.

"Chegamos a um ponto tão difícil, com as coisas tão empacadas, que não havia outra solução. Nós não estamos abandonando o movimento, apenas essa conferência, que chegou a uma situação insustentável", comentou André Nahur, da WWF-Brasil, que estava acompanhando as negociações. A saída acontece após uma semana que os ambientalistas viram como retrocesso. O Japão anunciou que não irá cumprir suas metas de redução de emissões, os países ricos estão relutantes em destinar mais dinheiro para combater o aquecimento global e, na quarta-feira de manhã, o presidente da COP-19, Marcin Korolec, perdeu seu emprego como ministro do Meio Ambiente.

Ativistas que abandonaram a COP-19 ontem, realizada no Estádio Nacional em Varsóvia, vestiam camisetas com os dizeres "poluidores falam, nós falamos". Nenhum acordo era esperado nas negociações entre os governos, mas a intenção dos participantes era criar a base para um acordo sobre o corte na emissão de CO2 em 2015.

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