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Conflitos que vão de disputas econômicas atuais a antiqüíssimas reivindicações territoriais dividem os líderes da América Latina que se reúnem a partir de sexta-feira no Uruguai, durante a 14a Cúpula Ibero-Americana, da qual participa também a Espanha.

Mais de 20 presidentes, primeiros-ministros, ministros e dirigentes de organismos internacionais participam até domingo da reunião em Montevidéu, na qual as ausências mais notórias serão as do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do líder cubano, Fidel Castro. Cerca de 4.000 policiais farão a segurança da reunião.

Será também a despedida do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, no cargo desde 1997, e do presidente do México, Vicente Fox, cujo mandato termina em 1o de dezembro.

O principal tema da cúpula será a migração. A Colômbia deve apoiar a queixa do México contra a construção de um muro de 1.125 quilômetros na fronteira norte-americana.

Mas vários conflitos bilaterais rondam a reunião. Argentina e Uruguai trocam acusações quase diárias desde o começo do ano por causa da construção de uma fábrica de celulose no lado uruguaio do rio que dá nome ao país e o divide da Argentina.

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, disse na quarta-feira que não se reunirá com o colega argentino, Néstor Kirchner, enquanto Buenos Aires tolerar os bloqueios rodoviários realizados por ambientalistas que rejeitam a construção da fábrica, supostamente poluente. A Argentina recorreu a cortes internacionais contra a obra.

Vázquez pretendia se reunir com Lula, atual presidente do Mercosul, para discutir as manifestações dos argentinos, mas o presidente faltará à cúpula para descansar depois da campanha eleitoral.

A ausência de Lula também frustra o esperado encontro com o boliviano Evo Morales, dias depois da assinatura do novo acordo entre a Petrobras e o governo da Bolívia para a exploração de gás naquele país.

Morales tentará mais uma vez colocar na agenda a histórica exigência de que o Chile devolva o acesso da Bolívia ao oceano Pacífico, perdido numa guerra do século 19.

Já Fidel Castro, sempre uma atração nessas cúpulas, estará ausente devido aos problemas de saúde que o afastaram do poder pela primeira vez em 49 anos.

Muro

Sobre a migração, o México apresentará aos demais governos uma moção de repúdio ao muro fronteiriço. A Colômbia, principal aliada dos EUA na América Latina, já manifestou apoio ao documento mexicano.

Sem se comprometer oficialmente com a moção, o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, disse que o muro na fronteira ``é um desastre''.

``Separar as pessoas com um muro e tratar os imigrantes como delinqüentes é uma coisa que tendemos a não entender.''

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