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Dilma Rousseff vai aumentar a pressão sobre os EUA na reunião de cúpula do Mercosul | Fernando Bizerra Jr./Efe
Dilma Rousseff vai aumentar a pressão sobre os EUA na reunião de cúpula do Mercosul| Foto: Fernando Bizerra Jr./Efe

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Vários países latinos também exigem explicações dos EUA

Depois da Colômbia, México e Chile também se juntaram ao grupo de países latino-americanos que pediram explicações aos EUA por causa de suposta espionagem de governos, pessoas e empresas na região por meio de seus programas de vigilância secreta. Argentina, Peru e Equador já haviam se pronunciado (e se indignado) com a denúncia de que o governo americano tem programas de espionagem e rastreamento funcionando em vários países da América Latina.

De acordo com um comunicado do ministério de Relações Exteriores colombiano, o país rejeita "atos de espionagem que violem os direitos e a privacidade das pessoas e as convenções internacionais".

Na terça-feira, o jornal O Globo informou que cidadãos da Colômbia, do México e de outros países estavam entre os alvos de uma operação de uma grande agência nacional de segurança para coletar secretamente informações em chamadas telefônicas e internet por todo o mundo. A reportagem se baseou em informações divulgadas por Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).

Escondido no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, em Moscou, Snowden ainda não decidiu para onde ir.

Das agências

Os Estados Unidos enviarão uma equipe de técnicos para responder a perguntas do governo do Brasil sobre a denúncia de espionagem de telefonemas e transmissões de dados do país. Foi o que anunciou ontem o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, convocado para conversa com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antônio Patriota.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os norte-americanos reconheceram como legítimo o pleito brasileiro – eles concordam que, se houve mesmo espionagem, o país tem todo o direito de reclamar, como faz.

No entanto, em nenhum momento os EUA admitiram haver praticado espionagem ou cometido qualquer ilegalidade. O gesto de enviar técnicos ao Brasil foi a resposta formal a uma nota escrita entregue pelo governo brasileiro aos EUA na segunda-feira, parcialmente reproduzida em comunicado divulgado ontem pela presidente Dilma Rousseff.

O texto fala, claramente, em acusações de espionagem e afirma que o país "não autorizou nem tinha conhecimento das atividades denunciadas" e que eventual participação de cidadãos, empresas ou instituições brasileiras em espreita configura crime.

A nota afirma ainda que o Brasil pode pedir informações adicionais aos americanos. A administração brasileira pretende engrossar a pressão internacional sobre as denúncias de espionagem na reunião de cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), marcada para amanhã, em Montevidéu.

"Essa oportunidade [da reunião da cúpula do Mercosul] não será desperdiçada", afirmou ontem Patriota, em reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado. A preocupação nos bastidores da reunião é evitar que saia uma declaração em tom antiamericano, sobretudo porque outros países da região também foram espionados.

A estratégia nacional é angariar apoio do Mercosul para impulsionar discussões sobre segurança cibernética no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o ministro das Relações Exteriores, o Brasil foi o único país alvo de suposta espionagem a tomar iniciativa de acionar o sistema multilateral para tratar da questão. Na reunião com os senadores, Patriota mostrou que a vigia secreta viola diversos acordos internacionais.

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