Brasília A 32 dias do prazo final dado pelo presidente Hugo Chávez, da Venezuela, para que o Congresso brasileiro aprove a adesão de seu país ao Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, cobrou ontem da Câmara urgência na apreciação de acordos internacionais assinados pelo Brasil.
Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, o chanceler não citou especificamente o protocolo de adesão da Venezuela, que aguarda deliberação da comissão, mas mencionou um total de 190 acordos.
No último dia 3 de julho, Chávez disse que retiraria o protocolo de adesão de seu país caso os Congressos brasileiro e paraguaio não o aprovassem até o fim de setembro deste ano. A Argentina e o Uruguai já aprovaram a adesão venezuelana ao bloco.
Segundo Amorim, os atrasos podem levar a diplomacia brasileira a passar por constrangimentos ao ser questionada por outros países sobre a avaliação dos acordos pelo Legislativo.
Na mesma audiência, o chanceler defendeu ainda uma atitude "mais ofensiva do Itamaraty em assuntos relacionados ao ambiente, principalmente quanto às mudanças climáticas e ao aquecimento global.
O ministro lembrou que o Brasil tem empenhado esforços na integração no Mercosul e na América do Sul, e destacou as declarações feitas esta semana pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, em que sugere que o Brasil passe a integrar o G-8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia), incluindo, além dos atuais (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), Brasil, México, China e África do Sul.
Sobre o o aquecimento global que tem causado mudanças climáticas, o ministro disse que o tema é prioridade para o ministério. Ele destacou que o Brasil é mais vítima do que o causador dessas mudanças. Mas disse que é preciso conversas unilaterais, que envolvam a Organização das Nações Unidas (ONU), lugar adequado para discussões democráticas.
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