O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta sexta-feira (3), que o Brasil rejeitou um pedido do governo norte-americano para receber, em 2005, presos libertados da Base de Guantánamo, mantida pelos Estados Unidos em território cubano, porque alguns deles poderiam ser terroristas.

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Documentos secretos da comunicação diplomática dos Estados Unidos, divulgados pelo site WikiLeaks, mostram que o governo norte-americano pediu ao Brasil que recebesse presos de Guantánamo. Um telegrama enviado pelo então embaixador em Brasília, John Danilovitch, em 17 de outubro de 2005, descreve a tentativa frustrada de conseguir que o Brasil aceitasse como refugiados prisioneiros uigures, minoria étnica de origem chinesa.

"Houve sondagens efetivas, mas o Brasil não achou adequado que devesse recebê-los por várias razões. Algumas eram pessoas suspeitas de terrorismo. O mais normal seria, se elas são inocentes, que encontrassem de volta seu caminho na vida. Não havia razão para a gente se importar com um problema que não tem nada a ver conosco", disse o ministro.

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Amorim assinou um convênio com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para a restauração do Palácio Itamaraty, no Centro do Rio, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aguardado para a III Conferência das Comunidades Brasileiras no Exterior.

Linha de defesa

Amorim também comentou as informações divulgadas pelo site WikiLeaks de que os Estados Unidos consideram que o Itamaraty adota uma postura anti-americana. Para o ministro, a diplomacia é sempre a primeira linha de defesa de um país.

"Isso faz muito tempo que é assim, não tem nada a ver com o governo Lula. O Itamaraty, a não ser em momentos em que ele foi especialmente compreensivo a pressões estrangeiras - e não quero qualificar que momentos foram esses - o Itamaraty é a primeira linha de defesa de soberania nacional", declarou.

Em relação aos supostos comentários do ministro da Defesa, Nelson Jobim, também presentes nos documentos vazados pelo WikiLeaks, de que o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, afirmara que odeia os Estados Unidos, Amorim minimizou: "O ministro Jobim emitiu uma nota desmentindo? Entre a palavra do ministro Jobim e a palavra do agente diplomático americano eu fico com o ministro Jobim".

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