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"Minha filha é uma moça tímida, inteligente, estudiosa, equilibrada", Paulo Oliveira, pai de Paula | Reprodução
"Minha filha é uma moça tímida, inteligente, estudiosa, equilibrada", Paulo Oliveira, pai de Paula| Foto: Reprodução

Controvérsias

Caso da brasileira Paula Oliveira, que teria sido agredida por neonazistas na Suíça, provocou reações nos dois países.

11/fevereiro – A advogada brasileira Paula Oliveira denuncia ter sido atacada por três homens, que a feriram com chutes e um estilete.

Além disso, ela disse que estava grávida e que, após o ocorrido, teve um aborto dentro do banheiro próximo da estação do metrô em Dübendorf, na Suíça, onde desembarcara antes de ter sido agredida.

12/fevereiro – O ministro Relações Exteriores, Celso Amorim, afirma haver uma "aparência evidente" de xenofobia no caso da advogada brasileira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o governo brasileiro não vai aceitar agressão contra a brasileira e que não pode ficar calado.

13/fevereiro – O diretor do Instituto de Medicina Forense da Universidade de Zurique, Walter Bär, afirma que, a partir de exames de legistas e ginecologistas, sua conclusão é de que a brasileira Paula Oliveira não estava grávida e teria ela mesma feito os ferimentos em seu corpo.

14/fevereiro – Os principais jornais da Suíça fazem sérias críticas ao governo e à imprensa brasileiros e dizem que o Brasil deveria pedir desculpas à Suíça.

16/fevereiro – O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) descarta pedir desculpas à Suíça e diz que a obrigação do governo é dar assistência à brasileira.

Brasília - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou ontem que o Brasil não deve pedir desculpas à Suíça pelo incidente ocorrido na semana passada, quando uma brasileira que vive em Zurique, Paula Oliveira, 26 anos, denunciou ter sido agredida por três neonazistas e ter abortado em consequência do ataque. A polícia suíça deu outra versão para o caso. Segundo os policiais suíços, ela não estava grávida no momento da suposta agressão. A advogada também disse que os neonazistas gravaram com um estilete no seu corpo as siglas do SPV, um partido suíço de extrema direita. A polícia afirma que o laudo sugere que houve autoflagelação.

Após tomar conhecimento do suposto ataque, Amorim pediu que o caso fosse investigado a fundo, porque parecia ter motivação xenófoba, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os brasileiros sejam tratados com respeito no exterior.

"Não é para pedir desculpas, o governo suíço e o governo brasileiro mantiveram contato o tempo inteiro, a única coisa que pedimos é que seja feita uma investigação correta", disse Amorim.

O ministro afirmou ainda que, independentemente dos últimos desdobramentos do caso, a obrigação do governo brasileiro é proteger Paula.

"Vamos dar toda atenção possível a ela. Isso é o que temos feito e é isso que vamos continuar a fazer de maneira serena e tranquila", declarou Amorim.

Problemas psicológicos

O pai de Paula disse ontem em entrevista ao Jornal Hoje, da Rede Globo, que a filha nunca apresentou problemas psicológicos, o que sustentaria a tese de automutilação defendida pela perícia suíça.

Paulo Oliveira afirmou que o médico psiquiatra do Hospital Universitário de Zurique, onde a advogada está internada, teria atestado que Paula não apresenta problemas psicológicos.

"O que eu lembro é que minha filha sempre foi uma criança feliz, uma criança equilibrada", disse o advogado em entrevista divulgada no domingo no Fantástico, também da Rede Globo. "Minha filha é uma moça tímida, inteligente, estudiosa, equilibrada", afirmou.

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