A juíza Amy Coney Barrett, indicada para a Suprema Corte| Foto: Demetrius Freeman - Pool/Getty Images/AFP
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O Comitê Judiciário do Senado aprovou nesta quinta-feira (22) a nomeação da juíza conservadora Amy Coney Barrett à Suprema Corte dos Estados Unidos, avançando no processo de confirmação da indicada do presidente Donald Trump, que deve culminar em uma votação no plenário do Senado na próxima segunda-feira (26).

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A comissão é majoritariamente republicana e por isso a aprovação de Barrett já era esperada. Os democratas recusaram-se a participar da votação desta quinta-feira em protesto, alegando que os republicanos estão sendo hipócritas em levar o processo adiante em ano eleitoral quando, em 2016, recusaram-se a confirmar o indicado do então presidente Barack Obama à Suprema Corte após a morte do juiz Antonin Scalia – usando a mesma justificativa da disputa eleitoral. Por causa da ausência dos democratas, Barrett recebeu 12 votos favoráveis no comitê, composto por 22 senadores, e nenhum contrário.

Protesto democrata: Cadeiras dos senadores democratas foram ocupadas por fotos de americanos que se beneficiaram do Obamacare | Foto: Hannah McKay/Pool/Getty Images/AFP| Foto: AFP
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Durante a sessão de votação, o senador republicano Ted Cruz disse que a confirmação de Barrett "é, de muitas maneiras, a realização mais importante que o presidente Trump alcançou no cargo".

Se ela for confirmada ao cargo de juíza da Suprema Corte na semana que vem – e tudo indica que será – o máximo tribunal de justiça dos Estados Unidos terá uma confortável maioria conservadora de 6 contra 3 progressistas – apesar de que, em algumas ocasiões, magistrados indicados por Trump votaram em favor dos interesses dos democratas e contra a Casa Branca.

O presidente do Comitê Judiciário, o senador republicano Lindsey Graham, defendeu o histórico de Barrett frente às críticas dos democratas de que a fé da indicada, que é católica, poderia interferir em seu trabalho na Suprema Corte. "Já estou aqui há algum tempo e nunca vi ninguém mais capaz do que a juíza Barrett sobre a lei", disse ele, elogiando seu "profundo e amplo entendimento da lei".

Durante a sabatina no Comitê Judiciário, Barrett defendeu que "os tribunais não foram criados para resolver todos os problemas nem corrigir todas as falhas da vida pública", que "as decisões políticas e os juízos de valor do governo devem ser feitos pelos poderes políticos" e que ela faz de tudo para "alcançar o resultado proposto pela lei", independentemente de suas preferências.