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Cristina Kirchner inaugura planta nuclear em Zarate, 100 km ao norte de Buenos Aires. Presidente tem chances de vencer no primeiro turno | Presidência da Argentina/AFP
Cristina Kirchner inaugura planta nuclear em Zarate, 100 km ao norte de Buenos Aires. Presidente tem chances de vencer no primeiro turno| Foto: Presidência da Argentina/AFP

Reforço

Cristina desiste de comício ao lado de Lula

A presidente Cristina Kirchner desistiu de fazer um comício com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo revelou um diplomata argentino, a mandatária não quer, na reta final de campanha, participar de grandes atos políticos, o que ocorreria em um evento com a presença de Lula, um dos líderes estrangeiros mais bem avaliados pelos argentinos.

Lula, porém, viaja à Argentina no final de outubro. É provável que ele participe de evento em Mar del Plata, onde em 2005 foi simbolicamente enterrada a Alca, a área de livre comércio nas Américas, apoiada pelos Estados Unidos.

Candidatos de oposição criticaram a intenção do ex-presidente brasileiro de participar da campanha eleitoral. Lula foi aliado do ex-presidente Néstor Kirchner e apoiou a eleição de Cristina, que,

juntamente com outros governantes de países vizinhos, forma o grupo de líderes de esquerda que praticamente se tornou hegemônico na América do Sul.

Buenos Aires - Num barzinho do bairro de Pa­­lermo, três pessoas assistem na tevê a um spot da campanha do peronista Alberto Rodríguez Saá, governador da província de San Luis e candidato à Presidência do país. El Alberto, como é chamado o candidato que ficou em quinto lugar nas primárias de 14 de agosto passado, promete "wi-fi de graça para todos os argentinos", mas nem assim consegue entusiasmar um eleitorado que vive uma das campanhas mais apáticas das últimas décadas na Argentina. "Rodríguez Saá tem propostas atraentes, parece que fez um bom governo em San Luis, mas aqui todo mundo já sabe que Cristina (Kirchner) será reeleita", comenta a professora Inés Scher, 32 anos.

Nesta semana, as propagandas eleitorais voltaram aos ca­­nais de tevê, mas a esmagadora vitória da presidente nas primárias, com mais de 50% dos votos, transformou a campanha quase num trâmite burocrático. Os candidatos da oposição enfrentam, ainda, limitações econômicas, já que com os votos conquistados nas primárias (ninguém passou de 13%), os recursos para a campanha previstos na lei eleitoral foram menores do que o esperado.

Enquanto a oposição tenta melhorar o desastroso resultado das primárias, Cristina dedica seu tempo a inaugurar obras de infraestrutura e projetos bem-sucedidos de seu governo. On­­tem, a presidente comemorou a entrega de 10 milhões de novos documentos nacionais de identidade, emitidos com um sistema eletrônico que começou a funcionar no ano passado.

"Quando chegamos (ao poder, em 2003), a Argentina era um imenso país fechado e nós começamos a abri-lo", declarou a presidente, que, segundo recentes pesquisas, será reeleita no primeiro turno com cerca de 55% dos votos.

Analistas políticos locais ex­­plicam que o resultado das primárias praticamente anulou a campanha eleitoral para as presidenciais do próximo dia 23 de outubro. Na visão de Carlos Fara, "já existe um final anunciado, e as pessoas não acreditam que esse resultado possa mudar até as eleições".

Para Graciela Romer, da Ro­­mer e Associados, "esta é quase uma não campanha, na qual não se discutem propostas e a oposição não sabe como diferenciar-se do governo, que busca sua reeleição com base na ratificação do que já foi feito, e não de novos projetos".

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