Apesar da expectativa negativa, Palin se sai bem no debate dos vices

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A campanha de John McCain pode respirar aliviada. Sarah Palin, a candidata à Vice-Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, passou bem ontem pelo único debate entre os vices. Dúvidas pairavam sobre seu desempenho depois que ela mostrou desconhecimento sobre diversos assuntos nas entrevistas concedidas desde sua indicação para compor a chapa, no fim do mês de agosto.

Palin e seu rival, o senador democrata Joe Biden, debateram durante uma hora e meia na Universidade de Washington, em St. Louis. Conhecido por falar grosso, temia-se que, ao debater com uma mulher, Biden pudesse parecer agressivo demais ao eleitor. No início, o democrata adotou um tom moderado, partindo para o ataque com o passar do debate – mas sempre contra John McCain, e nunca contra Palin diretamente.

A primeira parte do debate foi dominado pela economia – tema que tem sido danoso para a campanha republicana. Desde o estouro da crise em Wall Street, há pouco menos de duas semanas, a chapa McCain–Palin só caiu nas pesquisas.

"Apenas duas semanas atrás, o senador McCain disse que os fundamentos da economia americana eram sólidos. Ele está fora de contato com a realidade", disse Biden, respondendo à pergunta "Como reduzir a polarização em Washington?".

Palin respondeu que McCain, quando disse que a economia era sólida, se referia à força de trabalho dos EUA, ou seja, aos trabalhadores. Em outra pergunta, sobre quais eram os culpados pela situação que levou à crise, Biden acusou o senador McCain de ter apoiado as políticas de desregulamentação do mercado. "John McCain desregulamentou, essa foi sua resposta. A classe média precisa de menos impostos", disse Biden.

Política externa

A segunda parte do debate foi dominada pela política externa. Sobre o Iraque, o democrata afirmou: "Nós vamos acabar essa guerra. Essa é a diferença fundamental. Nós vamos acabar com essa guerra." Palin respondeu: "O plano de vocês é uma bandeira branca de rendição. "

Em outra pergunta, sobre quem é mais perigoso, um Irã com armas nucleares ou um Paquistão descontrolado, Palin disse que Ahmadinejad, o presidente do Irã, é "um ditador perigoso, assim como Kim Jong-il (presidente da Coréia do Norte) e os ‘irmãos Castro’", em referência ao líder cubano Fidel Castro e seu irmão, o presidente cubano Raúl Castro.

Nas declarações finais, Palin agradeceu a oportunidade de conhecer pessoalmente Biden e criticou indiretamente à mídia ao dizer "queria poder responder estas questões importantes sem o filtro da imprensa e isso é importante para que os eleitores conheçam sua escolha". Biden reiterou que "esta é a eleição mais importante" em muitos anos e afirmou que "ninguém nega que" os EUA estão em um "grande buraco nos últimos oito anos".