Judeus criticam novo ministro da Defesa, envolvido em atentado
Os Estados Unidos avaliaram ontem que o Irã deu um "passo atrás" nos esforços para sair de seu isolamento ao nomear como ministro da Defesa Ahmad Vahidi, procurado por seu eventual envolvimento num atentado na Argentina, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley. "Em vez de seguir adiante" e abrir-se à comunidade internacional, o Irã "dá um passo atrás escolhendo para um cargo importante" um homem suspeito de uma ação criminosa, acrescentou.
Teerã - O Parlamento iraniano aprovou ontem a primeira ministra mulher em 30 anos de história da República Islâmica. Marzieh Vahid Dastjerdi ocupará o Ministério da Saúde.
Também foram confirmados outros 17 dos 21 indicados pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad para compor seu gabinete ministerial. A nomeação de outras duas políticas indicadas foi vetada.
Desafiando a comunidade internacional, o Parlamento também aprovou a sugestão do presidente para o Ministério da Defesa: Ahmad Vahidi. Ele é procurado pela Interpol por seu envolvimento no atentando contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), no centro de Buenos Aires, em 1994.
Aprovado com o voto de 227 dos 286 parlamentares, o nome de Vahidi foi anunciado sobre gritos de "Deus é grande". Ao comemorar, Vahidi afirmou que sua nomeação é uma "bofetada em Israel".
Considerada uma política de linha dura, Marzieh, que tem 50 anos, foi autora de uma proposta de segregação do sistema de saúde pública do Irã, com médicas tratando pacientes mulheres e médicos, homens.
Alguns conservadores criticaram sua nomeação: Mohammad Taghi Rahbar disse haver "dúvidas religiosas" sobre a capacidade de mulheres em lidar com um cargo alto no governo.
Ativistas criticaram Ahmadinejad, dizendo que a nomeação da ministra foi mais um ato desesperado para ganhar popularidade do que um interesse genuíno em promover os direitos das mulheres. A última mulher a integrar a cúpula do governo foi a ministra da Educação Farrokhroo Parsay, em 1970. Ela foi executada por corrupção depois da Revolução Islâmica, em 1979.
Ainda ontem, Ahmadinejad subestimou as ameaças de novas sanções contra o programa nuclear iraniano, dizendo que não se curvará diante das pressões do Ocidente. Os Estados Unidos e a Europa deram prazo até o fim do mês para que Teerã aceite dialogar sobre seu projeto nuclear.
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