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Militares fazem parada em frente à Academia, em homenagem a Chávez | Reuter/ Tomas Bravo
Militares fazem parada em frente à Academia, em homenagem a Chávez| Foto: Reuter/ Tomas Bravo

O corpo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, recebeu injeções de formol em três ocasições para que pudesse ser conservado durante esses dez dias de exposição. Os restos mortais do líder serão transportados nesta sexta-feira (15) para o Museu Histórico Militar, em Caracas, até que as autoridades decidam se será levado ao Panteón Nacional, onde está Simón Bolívar. Quando a capela ardente da Academia Militar foi fechada na noite de quinta-feira (14), a fila de venezuelanos que ainda tentavam se despedir de Chávez alcançava 14 quilômetros. O desespero para ver o líder fez com que muitas pessoas tentassem tirar as grades para terem acesso ao local, gerando tumulto no último dia do funeral.

Durante os procedimentos de conservação, que foram feitos por um especialista, foi proibida a entrada de visitantes que vieram de todas as partes do mundo, de acordo com o jornal venezuelano "El Nacional". As intervenções para a preparação do cadáver duraram entre três e quatro horas em cada sessão e foram feitas durante a madrugada.

O procedimento foi vigiado pelo governo "por razões de segurança", segundo fontes do Palácio Miraflores. Na madrugada desta sexta-feira, completaram 240 horas desde que Chávez morreu. Foram dez dias de dúvidas sobre o destino do cadáver. Se o desejo era embalsamá-lo, para exibi-lo eternamente em uma urna de cristal no museu, o procedimento deveria ter começado na noite do falecimento.

Essa foi a explicação da médica Antonieta De Dominicis, ex-chefe de Anatomia Patológica da Divisão de Medicina Legal da antigua Polícia Técnica Judicial (PTJ). Segundo ela, o que fizeram no presidente foi uma preparação transitória, similiar à realizada em corpos que são transportados para fora do país. Foi aplicado um pouco de formol em algumas áreas do corpo, para que durasse alguns dias - o suficiente para o velório - mas depois dos cinco primeiros dias teria começado a aparecer fenômenos cadavéricos, os quais impediriam de fazer o embalsamento.

Segundo o jornal, até o momento não foi informado se o corpo de Chávez teria sido submetido a uma autópsia para corroborar ou descartar a hipótese de que ele tenha sido envenenado ou de que o câncer tenha sido induzido por "inimigos da pátria", segundo denúncia do presidente interino Nicolás Maduro. Ele e o presidente da Bolívia, Evo Morales, vão acompanhar o cortejo fúnebre até o museu nesta sexta-feira. Chávez morreu no dia 5 de março, após dois anos de luta contra um câncer.

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