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Mulher exibe cartaz de apoio ao presidente venezuelano Hugo Chávez, na Venezuela | Reuters
Mulher exibe cartaz de apoio ao presidente venezuelano Hugo Chávez, na Venezuela| Foto: Reuters

A contínua ausência de aparições públicas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Cuba depois de uma cirurgia deixou claro o seu domínio na política venezuelana e enfureceu adversários que esperam destroná-lo na eleição do próximo ano.

Ainda que não haja nenhuma sugestão séria de que Chávez não vai se recuperar, a sua ausência de nove dias reabriu o debate de quem, se há alguém, pode substituí-lo no partido de situação Socialista.

"Este incidente deixa claro que depois de 13 anos no poder, Chávez ainda não tem um sucessor óbvio, com o seu imenso carisma e talento político inigualável, pelo menos entre os seus companheiros mais próximos", disse o instituto sediado em Londres LatinNews.

Fora da Venezuela desde 6 de junho, Chávez encerrou uma viagem regional em Cuba, onde médicos descobriram um inchaço na pelve do mandatário na sexta-feira. Ele foi submetido a uma cirurgia imediata, atrasando o seu retorno.

Em vez de simpatizar com o estado de saúde de Chávez --um abscesso foi removido de sua pelve-- adversários lhe acusaram de violar a Constituição, preferindo médicos cubanos a venezuelanos e permitindo que o país fosse conduzido desde Havana.

"A Venezuela foi humilhada, pois estamos sendo governados a partir de Cuba, por Chávez ou por (Fidel) Castro", disse aos berros a deputada da oposição Maria Corina Machado durante um debate sobre o tema no Parlamento da Venezuela.

A admiração do socialista Chávez pelo ex-presidente cubano é um ponto de honra para ele desde que assumiu o poder em 1999, mas sempre foi motivo de crítica.

Apesar do seu frágil estado de saúde, Fidel esteve ao seu lado na cama, levando livros e filmes ao amigo venezuelano e disse que ele vai se restabelecer em pouco tempo, dentro de dias.

Com uma eleição presidencial marcada para o próximo ano, na qual Chávez busca reeleição para outro mandato de seis anos, todos os lados estão tentando criar capital político.

O vice-presidente Elías Jaua substitui o geralmente onipresente "Comandante" na televisão, trazendo câmeras com ele no estilo Chávez de cobertura ao vivo durante uma visita a uma fábrica de chocolate "socialista" e outros eventos.

O ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, também teve destaque, dando notícias para o país sobre a condição de Chávez.

A mídia de oposição, enquanto isso, tem pressionado o governo destacando assassinatos, cortes de eletricidade que geraram políticas impopulares como multas para quem consumir muita energia e uma revolta que matou 19 pessoas.

"Os ministros do gabinete de Chávez ... aparentam estar um tanto infelizes na sua ausência", acrescentou a LatinNews. "Nenhum deles parece ter a confiança do público, o que destaca claramente a concentração do poder político e autoridade na figura do presidente."

Analistas insinuam há tempos que a "revolução" socialista de Chávez depende da sua liderança carismática e autoritária, e que iria sucumbir sem ele.

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