Homem é carregado por companheiros de protesto na praça Ramsés, no Cairo| Foto: Reuters/Amr Abdallah Dalsh
Manifestante é socorrido do lado de fora da mesquisa Al-Fath, no Cairo
Homem ferido é carregado de moto para o socorro por manifestantes
Manifestante mostra o seu
Homens tentam fugir da repressão policial na praça Ramsés, no Cairo
Forças de segurança do país prometeram reagir com armamento letal caso haja depredação de prédios públicos
Mulher socorre manifestante que foi atingido por gás lacrimogêneo
Helicóptero militar sobrevoa o Cairo enquanto nuvem negra toma conta do céu
Manifestantes pró-Mursi protestam do lado de fora da mesquisa de Al-Fath, na praça Ramsis, no Cairo
Partidários de Mursi protestam perto da mesquita de Ennour, no Cairo
Soldados egípcios guardam a sede da TV estatal, no Cairo
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Após a série de protestos contra o governo interino do Egito nesta sexta-feira (16), no que foi chamado "dia da fúria" pela Irmandade Muçulmana, os partidários do presidente deposto Mohammed Mursi convocaram mais uma semana de protestos pelo país começando a partir de amanhã.

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"Chamamos o povo egípcio e as forças nacionais para protestar diariamente, até que o golpe acabe", diz o grupo islâmico em um comunicado, em alusão ao ato que derrubou o presidente islâmico em 3 de julho.

Os islamitas anunciaram também o fim dos protestos de hoje, que já deixaram pelo menos 72 mortos e dezenas de feridos. "As manifestações acabarão com as últimas orações da noite (previstas para por volta das 15h de Brasília), que serão seguidas de orações pelos mortos", afirmou à agência France Presse Gehad al-Haddad, porta-voz do grupo.

O governo egípcio disse que enfrenta um "plano terrorista" da Irmandade Muçulmana e convocou os cidadãos à unidade nacional, apelando para que não atendam as chamadas das divisões islamitas.

No Cairo, milhares de islamitas ocuparam as principais ruas, pontes e praças em direção à praça Ramsés. No ponto de encontro, islamitas e a polícia trocaram tiros e as forças de segurança disparam gás lacrimogêneo.

O fotógrafo da Folha Joel Silva, 47, foi atingido por um disparo de raspão na cabeça. Ele fotografava protestos de islamitas ao redor da cidade quando houve um confronto entre apoiadores e opositores de Mursi.

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Na segunda maior cidade egípcia, Alexandria, pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas. Também houve cinco mortos e 70 feridos na cidade de Fayoum, no sul egípcio.

As manifestações foram convocadas dois dias após o massacre ocorrido na operação policial que desalojou dois acampamentos da Irmandade Muçulmana, entidade a que Mursi é filiado, que deixou pelo menos 638 mortos e mais de 4.000 feridos.

Munição

As marchas acontecem após o governo interino do Egito autorizar oficialmente ontem o uso de armas e munição letal contra tentativas de depredar prédios do governo e ataques às forças de segurança. A polícia disse na quarta que havia usado apenas balas de borracha na ação que terminou no massacre.

O grupo de ativistas Tamarod, que deu início aos protestos que derrubaram Mursi em julho, pediu, em rede nacional, que cidadãos tomem as ruas para proteger o povo egípcio dos manifestantes islamitas, em especial impedindo que se repitam os ataques a mesquitas e igrejas.

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Enquanto isso, o governo interino cercou a praça Tahrir, uma das principais do Cairo e onde estão militantes liberais, contrários a Mursi e partidários do governo estatal. A intenção é evitar que os islamitas invadam a região.

As Nações Unidas pediram que ambas as partes usem "máxima contenção", diante da perspectiva de ser deflagrada no Egito uma guerra civil. O massacre de quarta-feira está sendo considerado o dia mais violento na história moderna do Egito.

A crise política foi iniciada em 3 de julho, com a deposição do presidente islamita Mohammed Mursi, hoje detido em local desconhecido. Após milhões terem ido às ruas pedindo sua renúncia, diante do fiasco econômico, as Forças Armadas tomaram a si a tarefa de impor uma transição política no país.Veja fotos dos conflitos nesta sexta