O gabinete de segurança israelense aprovou neste domingo a prisão, sem direito a julgamento, de cidadãos suspeitos de propagar a violência contra palestinos, em uma ofensiva voltada à captura dos responsáveis por um incêndio criminoso letal na Cisjordânia atribuído a extremistas judeus.

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A extensão a israelenses da chamada “detenção administrativa”, uma prática normalmente aplicada a militantes palestinos suspeitos e condenados internacionalmente, evidencia a frustração das autoridades com as falhas na missão de deter os ataques ultra-nacionalistas judeus.

O incêndio criminoso de uma casa palestina na sexta-feira, que deixou uma criança morta e feriu gravemente seus pais e irmão, ecoou no exterior e fez até com que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometesse reprimir o que ele chamou de “terrorismo” por “criminosos em nosso próprio país.”

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Ninguém assumiu responsabilidade pelo incêndio na vila de Duma, na Cisjordânia ocupada. Mas uma mensagem na parede em que se lia “vingança” em hebreu liga o crime a episódios passados de vandalismo e outros crimes de ódio promovidos por bandos de jovens fanáticos judeus que perseguem árabes, cristãos, ativistas pela paz ou propriedades do exército israelense.

O gabinete de segurança de Netanyahu agora decidiu estender as prisões administrativas aos israelenses, de forma a “dar os passos necessários para trazer os responsáveis à Justiça e prevenir novos ataques no futuro”, segundo comunicado divulgado à imprensa. O gabinete classificou o incêndio em Duma de “ataque terrorista sob todos os aspectos”.

De acordo com o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem, 5.442 palestinos estão atualmente detidos sem direito a julgamento. O dado é do mês de junho.

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A “detenção administrativa”, que críticos estrangeiros veem como um duro golpe no devido processo legal, praticamente não havia sido aplicada contra cidadãos israelenses.