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Os comandantes paquistaneses na fronteira com o Afeganistão poderão reagir em caso de agressão, sem precisarem aguardar autorização, anunciou nesta sexta-feira (2) o chefe do exército, numa decisão que pode agravar as tensões com a Otan depois de um bombardeio que matou 24 soldados paquistaneses.

Ainda não está claro o que ocorreu no incidente com a Otan, no sábado (26). Os EUA dizem que seus militares reagiram e pediram reforços aéreos ao serem alvejados por atiradores postados na fronteira. O Paquistão afirma que o ataque foi gratuito.

Duas autoridades norte-americanas disseram à Reuters que militares paquistaneses foram consultados e autorizaram o bombardeio, sem saberem da presença de seus colegas na região. Um funcionário paquistanês rejeitou essa versão.

O ataque enfureceu os paquistaneses, que ameaçaram interromper a cooperação com Washington no combate a militantes islâmicos.

"Não quero que haja qualquer dúvida na cabeça de nenhum comandante em qualquer nível sobre as regras de envolvimento", disse o chefe do Estado-Maior paquistanês, general Ashfaq Kayani, em comunicado divulgado na sexta-feira.

Recursos

"Em caso de qualquer ataque, vocês têm completa liberdade para reagir de forma incisiva, usando todos os recursos disponíveis. Vocês não precisam de nenhuma autorização para isso", afirmou.

Uma fonte militar explicou que na prática isso significa uma mudança nas regras para os militares que fazem a vigilância na porosa fronteira com o Afeganistão.

"No passado, só estávamos nos protegendo ou reagindo contra militantes", disse a fonte, que pediu anonimato. "Demos aos nossos postos mais espaço para reagir. Se eles estiverem sob ataque, não devem esperar ordens de cima sobre reagir aos disparos ou não."

O analista de defesa Talat Masood, um general reformado, alertou para os "riscos inerentes na delegação de autoridade" numa fronteira com intenso movimento de civis todos os dias. "Pode haver consequências indesejadas," afirmou.

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