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Turcos e curdos confirmaram a morte de mais de 35 pessoas após combates armados na fronteira do Iraque com a Turquia. Mas o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) afirmou que mantém reféns turcos.

Inicialmente, a Turquia afirmou ter matado 23 rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Por outro lado, que 12 soldados turcos foram mortos.

Momentos depois, uma fonte curda disse que foram mortos 16 militares da Turquia e que havia ainda "vários" reféns.

"Houve conflitos com as tropas turcas na noite passada (20), e matamos pelo menos 16 soldados e ferimos mais uns 20", disse a fonte para a agência de notícias "Reuters". Esta mesma fonte não confirmou o número de mortos do PKK no combate.

"Não posso dizer quantos soldados são reféns. Tudo que posso dizer é que todos eles não está no Iraque. Está na Turquia", disse. O governo turco não confirmou a informação.

Ancara, importante aliada dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), considera o PKK um grupo separatista que conduz ataques dentro da Turquia a partir de bases na região montanhosa da fronteira. A Turquia acusa os curdos iraquianos de dar abrigo e cobertura aos guerrilheiros do PKK, que abandonam seus refúgios no Iraque para atacar o Exército turco e depois buscam cobertura junto aos seus correligionários do Curdistão iraquiano.

Embora os EUA classifiquem o PKK como um grupo terrorista, Washington teme que uma grande operação da Turquia no norte do Iraque irrite seus aliados curdo-iraquianos e provoque um conflito mais amplo naquela região relativamente pacífica em comparação ao resto do Iraque.

O PKK recorreu à luta armada em 1984 para defender a autonomia de 12 milhões de curdos que vivem na Turquia, e desde então cerca de 35 mil pessoas morreram por causa dos combates entre o grupo separatista e as forças de segurança.

O Parlamento iraquiano condenou neste domingo (21) a ameaça de uma incursão militar turca na região do Curdistão iraquiano para eliminar as bases de rebeldes curdos.

"O Parlamentou condendou a ameaça de recorrer à força para resolver o problema pendente", destacou o texto de uma moção votada hoje por 184 deputados de um total de 275.

Líderes do CurdistãoOs dois principais líderes do Curdistão iraquiano afirmaram neste domingo (21) que não se alinharão "a nenhuma das partes" caso o governo turco decida manter ataques ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Num compromisso surpresa, o presidente do Iraque, o curdo Jalal Talabani, e o presidente do Curdistão, Massoud Barzani, se encontraram neste domingo em Arbil, capital da região autônoma, para comentar, em entrevista coletiva televisionada, o atual momento de crise entre os curdos turcos e iraquianos.

"Caso a Turquia entre em guerra com o PKK, não tomaremos partido", disse Barzani na entrevista coletiva.

Por sua vez, Talabani disse que as autoridades do Iraque e da região autônoma "não esperam uma guerra com a Turquia". Além disso, pediu ao governo turco que respeite "os acordos para uma solução pacífica para qualquer conflito (entre o Iraque e a Turquia)".

"Esperamos que se imponha a sabedoria", disse Talabani, referindo-se à visita que o ministro de Assuntos Exteriores da Turquia, Ali Babacan, fará terça-feira ao Iraque.

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