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O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, pressionou nesta sexta-feira autoridades iraquianas a fechar acampamentos de rebeldes curdos no norte do Iraque e a entregar líderes guerrilheiros. Segundo o governo de Ancara, cerca de 3 mil membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), incluindo muitos de seus líderes, permanecem escondidos na região, de onde lançam ataques contra alvos de segurança turcos.

- O que vai nos satisfazer é o fechamento de todos os acampamentos rebeldes do PKK, incluindo suas instalações de treinamento, e a entrega de líderes terroristas para nós - disse Tayyip Erdogan a repórteres.

A medida poderia evitar uma ofensiva militar turca no norte do Iraque - aprovada pelo Parlamento da Turquia na última quarta-feira - que teria como objetivo justamente desbaratar tais focos de resistência existentes na região. A autorização da câmara turca é válida por um ano e permite que se faça uso dela quantas vezes o Exército considerar necessário. A Turquia conta com mais de 100 mil soldados na fronteira com o Iraque, desde o começo do ano.

Na iminência de um ataque turco, o Governo Autônomo do Curdistão iraquiano - que tem 5 milhões de habitantes e goza de um alto nível de autonomia desde 1990 em relação a Bagdá - advertiu nesta sexta-feira que está pronto para "defender sua experiência democrática e a dignidade de seu povo". Mas pediu ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que não dê motivos a Ancara para realizar uma operação.

"Se o Curdistão do Iraque for atacado, estamos preparados para defender nosso território e a santidade de nossa pátria", afirmou em comunicado o Executivo regional iraquiano do Governo Autônomo do Curdistão.

Segundo o Governo curdo, a escalada da tensão na fronteira turco-iraquiana faz parte de um plano para levá-lo a uma guerra que não deseja.

"Não somos responsáveis pelo conflito entre o Governo turco e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão. Não apoiamos nenhuma forma de violência nas regiões de fronteira", diz a nota.

O Conselho Supremo dos Partidos Curdos no Iraque também pediu aos líderes do PKK que não dêem motivos para uma ação militar turca.

- A linguagem da razão e da sabedoria deveria prevalecer na linguagem da guerra - afirmou o conselho em comunicado emitido na quinta-feira à noite após uma reunião de urgência que contou com a participação do presidente da Região Autônoma do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani.

Pivôs da crise, no entanto, os guerrilheiros curdos colocaram mais lenha na fogueira prometendo, nesta sexta-feira atacar oleodutos turcos se as tropas da Turquia realizarem ofensivas contra eles.

"Não temos política específica sobre oleodutos, mas atualmente estamos lutando uma guerra defensiva...Já que os oleodutos que cruzam o Curdistão provêem os recursos econômicos para a agressão do Exército turco, é possível que guerrilhas os tenham como alvo", disse Murat Karayilan, um dos líderes do PKK, segundo a agência de notícias pró-rebeldes Firat.

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