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Em reunião com o presidente Sebastián Piñera, o mineiro Mario Sepulveda conta sua experiência na mina: brincadeiras e cobrança por mais segurança | Jose Manuel de la Maza/Reuters
Em reunião com o presidente Sebastián Piñera, o mineiro Mario Sepulveda conta sua experiência na mina: brincadeiras e cobrança por mais segurança| Foto: Jose Manuel de la Maza/Reuters

Copiapó - Um dia após o fim da bem-sucedida operação de resgate dos 33 mineiros soterrados no deserto chileno, terminou a trégua entre governo e oposição acerca do drama. O tema entrou ontem na pauta política do país.

O presidente Sebastián Piñera, que se colocou como comandante da operação, posou para foto ao lado dos resgatados e fez um rosário de promessas de que as condições de segurança vão melhorar nas minas.

Ao mesmo tempo, a ex-presidente socialista Michelle Bachelet (2006-2010), figura central da oposição, disse que o acidente "poderia ter sido evitado’’.

"A segurança tem de ser considerada muito seriamente’’, declarou ela, no Vietnã, país que visitava em sua condição de chefe da agência da ONU para os direitos das mulheres.

Bachelet vingava-se, assim, das críticas feitas por Piñera em fevereiro último, quando ela ainda era presidente, durante o terremoto que matou mais de 400 pessoas no país.

Piñera, na época candidato, afirmou que tinha havido "negligência tremenda’’ do governo.

Ontem, o atual presidente, em visita ao Hospital Regional de Copiapó, para onde os mineiros foram levados depois que saíram da mina, convidou-os para uma partida de futebol no Palácio de La Moneda, sede do governo, no dia 25 de outubro.

O presidente prometeu-lhes criar "uma cultura de respeito aos trabalhadores’’.

Depois, em uma coletiva de imprensa, na porta do hospital, disse que será intensificada a fiscalização das condições de trabalho. E não só no setor de mineração.

"Isto não é uma mensagem dirigida apenas aos trabalhadores, mas também aos empresários, que terão de investir em segurança’’, afirmou o presidente.

"Nunca mais’’ tornou-se o mantra dentro do governo chileno.

O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, disse que o país "não pode mais fazer vista grossa aos empresários que acreditam que podem expor as vidas dos trabalhadores chilenos’’.

"Isso é absolutamente inaceitável em um país que quer alcançar o desenvolvimento’’, prosseguiu.

O presidente deixou o hospital abraçado aos mineiros. Foi em direção a Santiago, de onde deveria viajar para a Europa.

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