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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recompensou na terça-feira o seu ministro da Defesa, Ehud Barak, por ter rompido com o Partido Trabalhista, dando quatro ministérios ao grupo de cinco dissidentes.

Barak e quatro aliados deixaram na segunda-feira o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que foi a principal agremiação política de Israel durante décadas, mas nos últimos anos se viu reduzido a membro minoritário na coalizão centro-direitista comandada por Netanyahu.

A deserção eliminou a possibilidade de que um rival esquerdista sucedesse Barak como líder trabalhista e retirasse o partido inteiro da coalizão, o que poderia derrubar o governo.

Os trabalhistas - que ficaram com apenas oito representantes no Parlamento - reagiram à saída de Barak apresentando a demissão de seus três ministros restantes. Mas Netanyahu, com a ajuda de seu aliado, continua controlando 66 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento).

Pelo acordo selado na terça-feira, Barak manteve seu cargo na Defesa, e outro dissidente que já estava no ministério permaneceu. Além disso, Netanyahu deu dois ministérios deixados pelos trabalhistas para membros da nova facção de Barak, chamada Atzmaut ("Independência"). O quinto dissidente recebeu a presidência de uma comissão parlamentar.

"Temos um acordo," disse uma porta-voz do partido direitista Likud, de Netanyahu, em comunicado a jornalistas.

Agora, Barak controla apenas um ministério a menos do que o trabalhismo possuía antes da cisão, apesar de comandar uma bancada parlamentar que tem menos de metade do tamanho.

A saída de Barak agrava ainda mais a crise no partido que governou Israel ininterruptamente desde sua fundação até 1977, e em vários outros períodos desde então. Mas o apoio popular ao trabalhismo caiu fortemente na última década, refletindo o fracasso no processo de paz com os palestinos, promovido na década de 1990 sob a liderança dos líderes Yitzhak Rabin e Shimon Peres.

Barak foi o último primeiro-ministro trabalhista, entre 1999 e 2001. Caiu por não ter conseguido concluir a paz com os palestinos, e sua decisão de aderir à coalizão de Netanyahu, em 2009, frustrou muitos trabalhistas "históricos."

Vários analistas criticaram a nova manobra de Barak em suas colunas na imprensa. Ari Shavit, do Haaretz, disse que foi um "gesto feio." Ofer Shelah, no Maariv, descreveu o ministro como um "homem de destruição," que "esmagou o que restava de confiança no processo de paz e destruiu o Partido Trabalhista."

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