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Nova-iorquino assiste caminhão tentando remover a neve de seu carro | AFP
Nova-iorquino assiste caminhão tentando remover a neve de seu carro| Foto: AFP

Nova-iorquinos limpavam na terça-feira a neve com pás depois que uma das maiores nevascas da história atingiu a cidade. Milhares de viajantes presos em aeroportos finalmente começaram a embarcar em voos atrasados pela tempestade que cobriu o nordeste dos Estados Unidos um dia depois do Natal.

As ruas normalmente movimentadas da cidade estavam praticamente vazias, muitas ainda cobertas por montes de neve, e o transporte público, gravemente afetado, retomava as operações regulares, depois que 50,8 centímetros de neve cobriram Nova York num período de 17 horas entre domingo e segunda-feira.

"No começo, foi empolgante e bacana ver toda essa neve, já que sou do Texas, mas no segundo dia ficou bem frustrante. As calçadas estavam uma bagunça", disse o turista Will Robinson, de 24 anos.

O mercado financeiro operou normalmente, mas o volume de negócios de segunda-feira de 2 bilhões de ações na Bolsa de Nova York foi o mais fraco do ano.

Boston, Filadélfia e outras cidades da Costa do Atlântico também sofreram com nevascas e todos batalhavam para voltar ao normal depois de um feriado em que o lixo não foi recolhido, os escritórios ficaram fechados e os consumidores ficaram em casa. Este período normalmente é o mais movimentado do ano para o comércio.

Com 4.500 voos cancelados ou atrasados no domingo e segunda-feira só nos três aeroportos de Nova York, dezenas de milhares de passageiros ficaram "acampados" nos terminais. As companhias aéreas deverão precisar de mais um dia ou dois para dar conta de atender todos os passageiros das listas de espera.

Um avião da British Airways ficou por quase oito horas na pista do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, depois de aterrissar de um voo de Londres na terça-feira. A companhia aérea responsabilizou o congestionamento aéreo e a falta de pessoal de imigração e de alfândega.

"Depois de duas horas no controle de segurança, apenas quatro pessoas para mais de 500 passageiros, e a bagagem ainda está no avião! Mas é bom estar de volta", o passageiro Matthew Bishop, chefe da redação de Nova York da revista The Economist, disse no Twitter.

Na Filadélfia, 305 passageiros ficaram retidos e passaram a noite de segunda-feira no aeroporto. No domingo, foram 1.215 passageiros, disse um porta-voz do aeroporto. Trens de subúrbio sofreram atrasos de até 30 minutos e ônibus estavam rodando pontualmente, disse um porta-voz do serviço de trânsito.

Em Boston, dezenas de milhares de cidadãos ficaram sem energia depois de 46 centímetros de neve, a décima pior nevasca da cidade desde que o Serviço Nacional do Tempo começou a registrar números, em 1892. A cidade iniciou sua operação de emergência de neve na segunda-feira e o transporte público estava operando praticamente sem problemas na terça-feira.

Um cadeira caiu do cabo do teleférico no resort de esqui Sugarloaf Mountain, no Maine, na terça-feira, ferindo oito pessoas, disse o resort em nota. O resort, na segunda montanha mais alta do Maine, tinha ventos de até 63 quilômetros por hora e temperaturas de menos 11 graus Celsius.

Reação da prefeitura é criticada

Os mais de 50 centímetros de neve que caíram no Central Park marcaram a sexta maior nevasca de Nova York desde que são feitos registros, disse um porta-voz do Serviço Nacional do Tempo. Até 81 centímetros de neve caíram em Nova Jersey. Os ventos atingiram 105 quilômetros por hora.

O recorde de neve para Nova York é de 67,1 centímetros, em 11 e 12 de fevereiro de 2006.

Como era de se esperar, nova-iorquinos reclamaram dos serviços da prefeitura, com a frota de 2.000 caminhões de limpeza de neve enfrentando os quase dez mil quilômetros de ruas da cidade.

Com ambulâncias e ônibus atolados na neve e muitos bairros nos distritos fora da ilha de Manhattan sem serviços de limpeza de neve, choveram acusações de que a prefeitura não se preparou para uma nevasca que foi prevista há dias.

"Se sua rua foi limpa, a resposta foi adequada. Se sua rua não foi limpa, não foi adequada. Gritar e reclamar sobre isso não ajuda", disse o prefeito Michael Bloomberg em entrevista coletiva.

A praça Times Square estava praticamente toda limpa em preparação para a celebração do Ano Novo, na noite de sexta-feira.

O trânsito fluía normalmente sobre uma fina camada de neve derretida, depois que o chamado "cruzamento do mundo" ter ficado quase sem carros na segunda-feira, com montanhas de neve.

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