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Multidão grita diante da embaixada britânica em Buenos Aires | Marcos Brindicci/Reuters
Multidão grita diante da embaixada britânica em Buenos Aires| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

A legalidade do referendo que os moradores das Ilhas Malvinas realizarão hoje e amanhã não conta com o reconhecimento da Argentina, que, apesar da consulta popular, continuará com a reivindicação da soberania sobre o arquipélago dominado hoje pelos britânicos.

Após o anúncio da convocação do referendo, em junho do ano passado, que coincidiu com o 30.º aniversário do início da guerra pela soberania das ilhas, a Argentina insistiu que a consulta não será válida.

"Não tem nenhum valor legal, como aconteceu com um referendo que foi realizado em Gibraltar, que não foi reconhecido", disse recentemente o chanceler argentino, Héctor Timerman.

Para a Argentina, um referendo sobre autodeterminação não pode se aplicar a uma população que não foi colonizada e sim "implantada" pelo Reino Unido nas ilhas já que os antigos habitantes foram expulsos.

Segundo o chanceler, a consulta sobre o status político das ilhas, ocupadas pelo Reino Unido desde 1833 e onde vivem cerca de 3 mil pessoas, também não será reconhecida pelas Nações Unidas, que a cada ano pede a ambas as partes que iniciem as negociações sobre a soberania do arquipélago.

"As Nações Unidas não reconhecem este tipo de referendo. Em 1985, foi antecipado à Inglaterra que não iriam reconhecer um referendo nas Malvinas. Talvez seja algo que apareça por alguns dias nos jornais, mas nada além disso", afirmou Timerman.

Os EUA evitaram, por enquanto, se pronunciar sobre o referendo, reforçando sua "neutralidade" no conflito, enquanto a Argentina advertiu em uma declaração do Mercosul e seus associados, em dezembro do ano passado, que o resultado da consulta "não altera a essência da questão das Malvinas".

EntendaBuenos Aires reivindica as ilhas desde 1833 e a guerra ocorreu em 1982

O litígio político e diplomático entre Reino Unido e Argentina pela soberania das Ilhas Malvinas, ou Falklands, está em ponto de ebulição às vésperas do aniversário de 31 anos da guerra que os dois países travaram no Atlântico Sul.

Apenas 3 mil pessoas vivem neste arquipélago, de 11.718 quilômetros quadrados e situado a mais de 12,5 mil quilômetros de distância do Reino Unido e cerca de 700 do litoral sul da Argentina, e também próximo à Antártida.

O conflito bélico começou no dia 2 de abril de 1982, quando o então general Leopoldo Galtieri, presidente da Junta Militar argentina, ordenou a ocupação das ilhas, reivindicadas por Buenos Aires desde 1833.

A guerra, que causou a morte de 649 militares argentinos, 255 britânicos e três ilhéus, terminou no dia 14 de junho de 1982 com a rendição argentina.

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