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O Banco Central da Argentina ordenou na quinta-feira (21) limites à posse de determinadas ações por empresas que operam no mercado formal de câmbio, uma medida que busca conter a forte alta do preço dos chamados "dólares financeiros".
A diretoria do Banco Central decidiu incluir as posses de Certificados de Depósito Argentino (Cedears) dentro do limite de disponibilidade de até US$ 100.000 que podem ter as empresas que acessam o mercado de câmbio oficial.
Conforme informado pela autoridade monetária em comunicado, também ficou estabelecido que as operações com Cedars não poderão ser realizadas nos 90 dias anteriores ou nos 90 dias posteriores à realização de operações no mercado de câmbio oficial.
Os Cedros são certificados de ativos financeiros que são negociados na Bolsa de Valores Argentina, mas que representam ações ordinárias de empresas listadas no exterior.
São negociados tanto em pesos argentinos quanto em dólares, de modo que podem ser utilizados para obter moeda americana por meio de uma operação denominada "contado com liquidação" (CCL), que consiste em comprar localmente com pesos argentinos ações ou títulos e vendê-los por dólares em Wall Street.
Esta operação tornou-se mais popular devido às restrições de acesso ao mercado oficial de câmbio.
O chamado "dólar CCL" obtido por meio da Cedears atingiu o recorde de 333,65 por unidade nesta quinta-feira, enquanto o dólar no mercado atacadista oficial - aquele utilizado pelas empresas para pagar as importações - ficou em 129,58 por unidade.
O preço do dólar CCL - e também o do dólar no mercado informal de varejo - está impactando fortemente o comportamento dos preços em toda a economia argentina, com uma inflação em escalada.
Na prática, a medida adotada nesta quinta-feira pelo Banco Central desestimula as operações das empresas com dólares CCL, buscando conter os preços nesse canal financeiro.