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Rejeitos da extração de cobre têm 6 m de comprimento | T.E. Levy / Divulgação
Rejeitos da extração de cobre têm 6 m de comprimento| Foto: T.E. Levy / Divulgação
  • Caverna virtual auxiliou a reconstituição do sítio no sul da Jordânia: Davi e seu filho Salomão poderiam ter obtido o metal em rica região de minas de cobre

Em uma descoberta apontada como uma das mais importantes da arqueologia bíblica dos últimos anos, uma vasta região de minas de cobre no atual Sul da Jordânia foi apontada como a possível área dos lendários reinados de Davi e, posteriormente, de seu filho Salomão. O novo estudo, coordenado pela Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA, e pela Amigos da Arqueologia, da Jordânia, foi publicado esta semana na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Liderado por Thomas Levy e Mohammed Najjar, um grupo internacional de arqueólogos escavou um antigo centro de produção de cobre em Khirbat en-Nahas, a mais de seis metros de profundidade em meio a ruínas e metal fundido. A escavação, realizada ao longo de 2006, resgatou artefatos que foram datados a partir de modernas tecnologias de radiocarbono, reposicionando o apogeu da produção em Khirbat en-Nahas no século X a.C - o que corresponde à narrativa bíblica dos reinados de Davi e Salomão. Até então, as datações mais aceitas para a área eram de três séculos à frente.

Na história bíblica e nas lendas que se seguiram as minas seriam de ouro. Mas, ainda assim, os especialistas acreditam que, pela primeira vez, tem indícios concretos e uma datação compatível para levantar a verdadeira história dos reinos de Davi e Salomão.

A pesquisa também documenta atividade metalúrgica intensa no sítio ao longo do século IX a.C, o que também poderia embasar arqueologicamente a história dos edomitas como é relatado na Bíblia. Khirbat en-Nahas, ou ruínas de cobre em árabe, fica nas terras baixas da árida e desolada região do Mar Morto - uma área apontada pelo Antigo Testamento como a do reino de Edom, tradicionais adversários de Israel.

Impacto ambiental será estudadoPor anos, pesquisadores questionaram se os edomitas seriam suficientemente organizados nesse período, entre os séculos X e IX a.C, a ponto de realmente serem considerados um reino e uma ameaça a Israel. Datações anteriores e menos precisas davam margem para tais questionamentos.

Mas agora, segundo Levy, diretor do Laboratório de Arqueologia da universidade americana, "com a escavação sistemática do sítio e as novas datações dos mais antigos estratos da área, temos indícios de que sociedades complexas eram ativas entre os séculos X e IX a.C".

"Não podemos acreditar em tudo o que os antigos textos nos dizem", afirmou Levy. Mas esta pesquisa representa uma confluência entre dados arqueológicos e científicos e a Bíblia.

O próximo passo dos pesquisadores, segundo Levy, é conseguir determinar quem, de fato, controlava a indústria do cobre no local - os reis Davi e Salomão ou, quem sabe, líderes edomitas (o que não consta dos textos bíblicos). Outro foco da próxima etapa da pesquisa é tentar determinar o impacto ambiental do complexo industrial que funcionou por séculos.

Com ruínas de mais de 100 construções antigas, entre elas um forte, o sítio de Khirbat en-Nahas ocupa uma área de quase 80 metros quadrados, facilmente identificável até por satélite. Instalações de acesso às minas e fundições são vistas no local.

O rei Salomão é apontado pela Bíblia como um homem tão sábio quanto rico. Ele teria desmontado a farsa da falsa mãe ao sugerir partir a criança ao meio - a verdadeira preferia abrir mão do filho a aceitar tal decisão. Há vários livros de ficção sobre as lendárias minas.

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