No extremo oposto da estação, na Rua de l’Arrivée, Lotz, de 55 anos, postado em uma das escadarias de acesso à Gare Montparnasse, cumpre um horário germânico em busca de esmola: chega todos os dias às 8h20, e vai embora às 14h.
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Alemão de nascimento, ele viajou em 1998 para a França, de onde nunca mais saiu. Por seis anos trabalhou como um empregado faz-tudo em um restaurante ali mesmo nas proximidades da estação, e depois passou para um outro vizinho, onde permaneceu por dois anos.
“Sempre trabalhei clandestinamente, nada declarado, então não tenho direito a nada. Por meses dormi num esconderijo naquele edifício (indica o outro lado da rua)”, conta.
Hoje, Lotz desembolsa 320 euros por um quarto alugado em uma habitação de propriedade da SNCF, a rede ferroviária francesa. No último verão, seus amigos da companhia de trem conseguiram passagens de graça para que possa ir visitar suas duas filhas na Alemanha. Para pagar o aluguel, ele tem atualmente um trabalho parcial como distribuidor de jornais.
“E as esmolas são para gastar com a vida”, diz.
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