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Eugene de Kock em foto tirada em 1999 | Juda Ngwenya/Reuters
Eugene de Kock em foto tirada em 1999| Foto: Juda Ngwenya/Reuters

O líder do esquadrão da morte do apartheid Eugene de Kock, conhecido por seu papel na tortura e assassinato de dezenas de ativistas negros na África do Sul na década de 1980 e início de 1990, recebeu liberdade condicional nesta sexta-feira (30), depois de mais de 20 anos de prisão. Segundo o ministro da Justiça, Michael Masutha, o horário e o local de sua libertação não serão divulgados.

Masutha rejeitou no ano passado o pedido de liberdade condicional de Kock, indicando que não havia consultado as famílias das vítimas. O esquadrão da morte, conhecido como "Mal Elementar", perseguia suspeitos de oposição ao regime segregacionista sul-africano, sob o domínio da população branca.

O ministro explicou em uma entrevista coletiva que Kock será solto "no interesse da construção da nação" e porque ele expressou remorso por seus crimes e ajudou as autoridades a recuperar os restos mortais de algumas de suas vítimas.

A decisão, que havia sido adiada várias vezes ao longo do último ano, é controversa em um país que ainda está lidando com o legado de repressão e brutalidade do regime de minoria branca que prevaleceu entre 1948 e 1994.

De Kock foi condenado em 1996 a duas penas de prisão perpétua e a 212 anos de prisão por 87 crimes envolvendo seu trabalho no comando de uma unidade antiterrorista da polícia, que reprimia ativistas contrários ao regime.

O ex-coronel reconheceu mais de cem atos de assassinato, tortura e fraude diante da Comissão para a Verdade e a Reconciliação (TRC), que se estabeleceu em 1995 para esclarecer e, em alguns casos, perdoar os que confessaram crimes durante o apartheid, um regime que durou entre 1948 e 1994.

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