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Maior e uma das mais violentas cidades equatorianas, Guayaquil, a 1.092 quilômetros da capital Quito, foi palco de algumas das piores cenas da rebelião policial que levou o país a decretar estado de exceção na última quinta-feira (30), com saques, assaltos e bombas de gás lacrimogêneo nas ruas. E um grupo de cerca de 50 brasileiros viu de perto o caos instalado.

"A situação aqui ficou extremamente violenta, três pessoas foram assaltadas, uma delas num seqüestro-relâmpago. Muitas já foram embora", contou ao G1 Eduardo Carreiro, de 34 anos, gerente nacional de vendas de uma empresa que participa do Congresso Panamericano de Gastroenterologia, cuja programação se estende até a quarta-feira (6).

Segundo os participantes do evento, dois brasileiros sofreram a maior ameaça: rendidos na porta de um restaurante, ficaram duas horas em poder de bandidos, que os obrigaram a sacar dinheiro de caixas eletrônicos e foram abandonados com US$ 3 dados pelos assaltantes para que tomassem um táxi. Em outro caso, um médico brasileiro estava num táxi que foi alvo de pedradas, mas não sofreu ferimentos. Assustados, muitos anteciparam a volta para o Brasil.

"Na quinta, depois da programação, voltamos para o hotel em ônibus escoltados. Ontem [sexta], meio dia, o congresso foi suspenso", conta Carreiro. "Só foi retomado depois que a organização contratou mais seguranças privados para ficar na porta e dentro do Centro de Convenções Simon Bolívar."

De acordo com o gerente nacional de vendas Eduardo Miranda, também no evento, todos foram orientados a não deixar o hotel na noite de quinta. "Ficamos acompanhando a situação pela TV e quando vimos que os aeroportos estavam fechados e que tinham seqüestrado o presidente, ficamos preocupados com o que poderia acontecer", conta.

Na sexta, segundo Miranda, dez integrantes do grupo brasileiro se reuniram e chegaram a contatar o consulado do país para pedir ajuda para deixar o Equador. "Tive caso de amigos que estavam em conexão na Bolívia para vir para o evento e acabaram regressando. À noite, parecia que estávamos sob toque de recolher, não passava um carro na rua", conta.

Para o brasileiro, foi a ausência de policiais na rua que provocou toda a instabilidade. "Os policiais não estavam nas ruas, e os maus elementos se aproveitaram."

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