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Cidade das Estelas, Rússia (Reuters) – O primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, 42 anos, disse estar pronto para sua viagem ao espaço, no mês que vem, e afirmou que a língua não vai atrapalhar sua comunicação com os demais tripulantes. Pontes vai viajar até a Estação Espacial Internacional com uma tripulação russo-americana, e voltará à Terra cerca de 10 dias depois, com a tripulação que retornará da estação. O lançamento está previsto para o dia 29 de março. "Sou uma pessoa religiosa, e vou levar símbolos religiosos no vôo. Mas o mais importante é o que levo no coração", disse ele ontem, numa entrevista coletiva no centro de treinamento russo, perto de Moscou. Pontes, que fala inglês, entendeu as perguntas em russo, mas respondeu em português. "Conseguimos nos comunicar. É claro que é impossível, em três meses, dominar uma língua tão rica e complexa quanto o russo." Mas o frio russo não o assustou — Moscou está vivendo o inverno mais rigoroso em uma geração.

Acordo

O acordo que vai levar Pontes para o espaço, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa visita ao Kremlin em outubro, pode render até US$ 20 milhões. Pontes voará com o comandante russo Pavel Vinogradov e com o engenheiro de vôo norte-americano Jeffrey Williams. Vinogradov e Williams comporão a 13.a tripulação da estação. "Não sou supersticioso: o número 13 me dá sorte. Apenas fica entre o 12 e o 14", disse Vinogradov. O astronauta da Agência Espacial Européia Thomas Reiter deve juntar-se a eles em órbita, com o lançamento do próximo vôo do ônibus espacial da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), programado para maio.

Retomada

Os vôos dos ônibus espaciais estão suspensos desde julho do ano passado, quando a Nasa percebeu que não conseguira solucionar o problema que causou o desastre do Colúmbia, em 2003. Por enquanto, as espaçonaves russas são as únicas responsáveis pelo transporte da tripulação e de suprimentos até a Estação Espacial Internacional.

A tripulação está chegando ao fim de um período puxado de treinamento. "Literalmente 20 minutos atrás terminamos o treinamento no simulador da Soyuz, onde analisamos muitas situações de emergência", disse Vinogradov. Um repórter perguntou se a tripulação está preparada para um pouso de emergência na Sibéria oriental — e se forem atacados por um urso? "O treinamento inclui todas as eventualidades...até do tipo que você descreveu", respondeu Pontes. "Mas ainda não vi nenhum urso por aqui", brincou.

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