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Israel realizou ataques aéreos na Faixa de Gaza, na quinta-feira, contra as forças de segurança do Hamas, matando ao menos dois militantes após seis dias de violentos conflitos internos entre os palestinos, cada vez mais próximos de uma guerra civil.

Uma coluna de fumaça subia dos que sobrou de um prédio de escritórios que abrigava a Força Executiva do Hamas, um grupo armado que a Fatah deseja ver desmobilizado. Funcionários de um hospital disseram que ao menos 40 pessoas tinham ficado feridas no ataque aéreo realizado contra o prédio de vários andares.

As Forças Armadas de Israel afirmaram ter agido como resposta ao disparo de foguetes contra seu território.

O Hamas acusa o Estado judaico de aliar-se ao movimento Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas, na batalha pelo controle da Faixa de Gaza, uma região da qual os soldados e os colonos israelenses retiraram-se dois anos atrás.

Os EUA afirmaram que Israel tinha o direito de defender-se dos ataques com foguete realizados pelo grupo militante Hamas e elogiaram o Estado judaico pela "grande moderação" observada nos últimos dias.

- Já chega. Israel adotar todas as medidas defensivas necessárias para proteger seus cidadãos desses foguetes do Hamas - afirmou Miri Eisin, uma porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, antes da realização dos ataques aéreos.

Depois de o ataque de quinta-feira ter destruído o prédio na Faixa de Gaza, o braço armado do Hamas ameaou retomar os atentados suicidas em Israel. O grupo enviou um homem-bomba para o território israelense pela última vez em 2004.

- Isso é uma guerra aberta contra o Hamas. Todas as opções estao abertas, incluindo as operações de martírio - disse Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, chega nesta quinta-feira à Faixa de Gaza, para tentar acalmar os ânimos entre o movimento islâmico Hamas e o nacionalista Fatah , que na noite de quarta-feira estabeleceram a sua quarta trégua.

Cerca de duas horas depois do bombardeio contra o prédio de escritórios, um outro ataque aéreo atingiu um carro no qual estava um comandante do braço armado do Hamas. O homem ficou gravemente ferido e um outro militante presente no veículo morreu.

Um terceiro ataque aéreo teve por alvo posições ocupadas pela Força Executiva do lado de fora da casa do porta-voz do Ministério do Interior. Um combatente do Hamas foi morto nessa ação.

Horas antes, ao menos dois israelenses tinham ficado levemente feridos em uma série de foguetes disparada contra a cidade de Sderot, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Apesar do acordo de cessar-fogo selado por Abbas e pelo líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, três palestinos foram mortos em uma nova rodada de choques ocorrida na quinta-feira, elevando a cifra total de mortos desde sexta-feira no conflito interno para ao menos 43.

Segundo o Hamas, forças de segurança da Fatah atacaram a casa de Mahmoud al-Zahar, um líder do Hamas e ex-ministro palestino das Relações Exteriores. A Fatah não se manifestou sobre o incidente e não há informações sobre vítimas.

O Exército de Israel negou que os ataques aéreos tenham relação com o conflito interno surgido na Faixa de Gaza.

Os ataques israelenses complicam ainda mais a situação entre partidários do Fatah e do Hamas. O vice-primeiro-ministro palestino, Azzam al-Ahmad, membro do Fatah, pediu que seja declarado o estado de emergência em Gaza e que a "força auxiliar" seja desmantelada .

A atual onda de violência começou na sexta-feira entre o Hamas e a Fatah, facção secular do presidente palestino Mahmoud Abbas. Mais de 40 palestinos já foram mortos nos confrontos , os mais sérios desde que os dois grupos formaram um governo de união, dois meses atrás.

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