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Manifestantes exibem cartazes com fotos de crianças mortas por bombardeios na Síria, durante protesto em Paris | Mehdi Fedouach/AFP
Manifestantes exibem cartazes com fotos de crianças mortas por bombardeios na Síria, durante protesto em Paris| Foto: Mehdi Fedouach/AFP

Palco de guerra

Forças do governo arrasam cidade insurgente

Reuters

Além dos dois jornalistas ocidentais mortos em Homs, as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, mataram ontem mais de 80 pessoas ontem, em um ataque que provocou clamor internacional a favor de uma intervenção que acabe com o derramamento de sangue.

Centenas de pessoas foram as­­sassinadas em bombardeios diários contra Homs pelas forças de Assad que cercam a cidade e que usam artilharia, foguetes e tanques T-72 de fabricação soviética, aumentando os temores de que Assad submeta Homs à mesma devastação infligida por seu pai à cidade rebelde de Hama 30 anos atrás, que deixou mais de 10 mil mortos.

Mais de 60 corpos, de rebeldes e civis, foram retirados de uma área do bairro de Baba Amro , em Homs, depois de um bombardeio ontem à tarde, somando-se aos 21 mortos relatados no início do dia, segundo ativistas. A Cruz Vermelha pediu cessar-fogo diários para permitir que a ajuda chegasse a cidades como Homs, onde os moradores estão perto da inanição, sobrevivendo de água re­colhida da chuva e amedrontados demais para sair de suas casas e abrigos.

  • A repórter Marie Colvin e o fotógrafo Remi Ochlik, mortos por forças sírias

O fotojornalista francês Remi Ochlik e a correspondente de guer­­ra norte-americana Marie Colvin, que trabalhava para o jornal britânico Sunday Times, foram mortos ontem durante um bombardeio do governo sírio contra a cidade de Homs, reduto da oposição.

Um ativista de Homs, Omar Shaker, disse que os jornalistas foram mortos quando vários fo­­guetes atingiram o jardim de uma casa usada por ativistas e jornalistas no sitiado bairro de Baba Amr, em Homs, que há semanas está sob forte bombardeio de forças de Assad.

Muitos jornalistas estrangeiros têm entrado ilegalmente na Síria nos últimos meses pelas fronteiras do Líbano e da Turquia. Em­­bora o governo sírio tenha permitido a entrada de alguns jornalistas no país, seus movimentos são rigidamente controlados por inspetores do Ministério da Infor­­mação.

Colvin, nascida em Oyster Bay, New York, tinha mais de 50 anos e era uma veterana correspondente do britânico Sunday Times, onde trabalhou nas últimas duas décadas. Ela foi imediatamente reconhecida por um tapa-olho usado desde que sofreu ferimentos du­­rante o conflito no Sri Lanka em 2001.

Para o presidente Nicolas Sar­­ko­­zy, a morte dos jornalistas mostra que é hora de o regime do presidente Bashar Assad chegar ao fim. "Isto mostra que já aguentamos o bastante, o regime deve aca­­bar. Não há razão para que os sí­­rios não possam viver suas vidas, escolher livremente seu destino", declarou Sarkozy.

Ativistas sírios informaram que pelo menos outros dois jornalistas ocidentais – a repórter fran­­cesa Edith Bouvier, do Le Figaro, e o fotógrafo britânico Paul Conroy, do Sunday Times – ficaram feridos nos ataques de ontem, que ma­­taram pelo menos 20 pessoas, se­­gundo os Comitê de Coorde­­na­­ção Local.

"Este trágico acidente é outro exemplo da despudorada brutalidade do regime de Assad", afirmou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, sobre o assassinato dos jornalistas.

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