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As bombas jogadas por Israel sobre importantes pontes do norte do Líbano e os ataques do Estado judaico contra os redutos do Hizbollah no sul do país árabe paralisaram, na sexta-feira, os comboios de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas mais ajuda continuava a chegar ao território libanês pelo mar e pelo ar.

Os ataques contra quatro pontes da principal estrada que liga Beirute à Síria impediram o trânsito de um comboio de oito caminhões com 150 toneladas de material de ajuda e cortaram o que a ONU chamou de o "cordão umbilical" dos suprimentos de auxílio.

A ponte de Maameltein, ao norte de Beirute, estava dividida por uma grande cratera localizada no centro dela e dentro da qual podia ser vista a carcaça de um microônibus. Mais ao norte, uma outra ponte foi derrubada dentro do vale.

"A estrada toda virou história", disse Astrid van Genderen Stort, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). "Esse é um grande revés porque usávamos essa estrada para levar ao Líbano nossos funcionários e os suprimentos".

O Programa Mundial de Alimentação (WFP), ligado à ONU, suspendeu seus planos de enviar comboios para a cidade portuária de Tiro e para Rashidiyeh, ambas no sul, depois de ataques aéreos realizados ao sul de Beirute terem impedido os motoristas de chegar aos locais de onde sairiam os comboios.

Um terceiro comboio, que transportava comida, água e equipamentos sanitários para a cidade de Jezzine, também no sul, conseguiu partir conforme previsto.

A Organização Internacional para a Migração disse que precisou adiar a retirada de 2.000 pessoas, entre as quais 720 filipinos e laosianos, por uma estrada costeira, neste final de semana.

"Não há onde colocá-las em Beirute", afirmou Jemini Pandvashe, porta-voz da entidade. "Precisamos encontrar, com urgência, uma forma de tirá-los de lá".

O Acnur também se viu obrigado a adiar uma visita que faria aos arredores de Beirute para avaliar a situação dos abrigados ali e para entregar material de ajuda para cerca de 400.000 pessoas refugiadas com outras famílias, em escolas ou em parques da área.

Estima-se que o número total de pessoas expulsas de suas casas esteja entre 800.000 e 1 milhão. Cerca de um quinto desse total teria fugido para a vizinha Síria.

OPERAÇÕES DE AJUDA

O navio Rainbow Warrior, do grupo Greenpeace, atracou no porto de Beirute com 40 toneladas de material de ajuda para a organização Médicos Sem Fronteira (MSF).

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha recebeu 100 toneladas de material, incluindo alimentos, sacos de dormir e utensílios de cozinha. A entidade afirmou ter conseguido ingressar ao menos três vezes nas áreas mais atingidas do leste do vale do Bekaa e nas redondezas do porto de Tiro.

Um total de 10 toneladas de barracas e material de abrigo vindos da China chegou de avião a partir da Jordânia, como aconteceu com uma quantidade semelhante de barras energéticas e material médico enviados pelo WFP.

"Graças a Deus. O fato de nossa rota de transporte ter sido danificada torna esses vôos ainda mais importantes", disse Robin Lodge, porta-voz do WFP. "Mas, ainda assim, essa é apenas uma gota no oceano".

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) começou a vacinar dezenas de milhares de crianças libanesas para evitar doenças como o sarampo e a pólio.

A ONU, que pediu uma ajuda emergencial de 150 milhões de dólares, afirmou ter recebido até agora promessas de doações de 25 milhões de dólares. Mas advertiu que a ameaça de falta de combustível no Líbano pode paralisar a atividade de usinas de energia, hospitais e estações de bombeamento de água nos próximos dias.

Israel aceitou permitir que dois navios-tanque atravessassem o bloqueio naval imposto ao Líbano, mas os proprietários das embarcações dizem que as garantias de segurança oferecidas pelo Estado judaico não são fortes o suficiente.

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