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Islamabad - A explosão de dois terroristas suicidas matou ontem mais de 60 trabalhadores no principal complexo da indústria bélica paquistanesa, ao norte da capital, Islamabad. Reivindicado pela milícia radical islâmica do Taleban, o atentado é o mais mortífero desde a posse do governo civil, que assumiu há cinco meses propondo negociações com os radicais islâmicos para pôr fim à violência.

O porta-voz do Taleban, Maulvi Omar, afirma que as explosões foram uma resposta às operações do Exército em Bajaur, região próxima à fronteira afegã.

"Se (as ações militares) não pararem, continuaremos os ataques", ameaçou. Após uma trégua inicial, o líder do Taleban no país, Baitullah Mehsud, suspendeu em junho o diálogo com o governo, em retaliação à ofensiva contra o grupo nas cercanias de Peshawar, também na zona fronteiriça.

Os terroristas se explodiram em dois portões do complexo de Wah enquanto centenas de operários deixavam as instalações, que contam com policiamento ostensivo e empregam cerca de 20 mil pessoas em 16 fábricas.

"Tinha corpos por todo o lugar e feridos ensopados de sangue gritavam por ajuda", conta Shah, gerente de um posto de combustíveis próximo.

Segundo relatos da mídia local, o ataque matou 71 pessoas e feriu dezenas – o governo confirmou 59 mortes.

Instabilidade

A combinação de violência e incerteza política, com racha iminente da coalizão governista, acirra a instabilidade crônica no Paquistão, que tem a bomba atômica e é um dos principais fronts da "guerra ao terror" capitaneada pelos EUA.

Após forçar a renúncia do general reformado Pervez Musharraf, ex-ditador acuado pela ameaça de impeachment, o neófito governo civil paquistanês vive um impasse.

Não houve acordo sobre a sucessão presidencial, e o Partido da Liga Muçulmana pode deixar a coalizão governista hoje, quando expira o ultimato dado pela legenda para que o ex-presidente da Suprema Corte, Iftikhar Chaudhry, e os outros juízes destituídos por Musharraf sejam reconduzidos ao cargo.

O Partido do Povo Paquistanês, líder do governo, declara-se favorável à volta dos juízes, mas quer que o tema seja tratado pelo próximo presidente.

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