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Portais e ativistas chineses que defendem a liberdade de expressão na internet no país deram início a um manifesto virtual e assinaram uma declaração em que condenam e classificam como ilegais as políticas de censura na rede adotadas pelo governo. De acordo com a edição desta terça-feira do jornal local "South China Morning Post", assinaram a declaração uma centena de internautas e representantes de pelo menos 13 sites que recentemente sofreram repressão ou foram bloqueados por censores chineses.

De acordo com o jornal, a "revolta virtual" é liderada pelo ativista Chen Yongmiao, que em outras oportunidades declarou que a censura é anticonstitucional e restritiva. Participam ainda representantes de sites de ultra-esquerda e defensores de Karl Marx, que nos últimos meses sofreram censura do governo chinês.

O documento começou a ser enviado por correio eletrônico (e-mail) no último fim de semana e já está sendo exposto em páginas na internet hospedadas em servidores internacionais - uma ação para evitar a censura chinesa.

Diante de inúmeros casos de páginas e serviços de internet censurados pelo governo, o grupo lembra que a constituição chinesa reconhece a liberdade de expressão e de publicação de informações e que "estes direitos deveriam ser respeitados e protegidos, sem restrições ou obstruções injustas".

Segundo os ativistas, a campanha deflagrada pelo governo chinês para retirar da internet "conteúdos danosos para os jovens" tem sido usada como desculpa para a censura a sites, fóruns, blogs políticos e grupos dissidentes. O governo chinês já bloqueou páginas da enciclopédia digital Wikipedia e da ferramenta internacional de blogs Technorati, sem esclarecer os motivos pelos quais nega acessos a estas páginas.

Na semana passada, os maiores portais da China - como Sina.com, Baidu, Sohu, Tom Online e até o americano Yahoo!, entre 14 websites - assinaram um texto em que se comprometeram "a combater o lixo da internet" na China. Ao mesmo tempo, o acordo estabeleceu uma autocensura com a listagem de cem exemplos de assuntos considerados "conteúdo pouco saudável", informou a agência de notícias estatal Xinhua. Nem o Google, nem a MSN Spaces, da Microsoft, assinam o documento.

A China é o segundo país em números de internautas - pouco mais de 111 milhões, contra os 159 milhões dos EUA - e já possui com mais de 700 mil websites.

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