Os chineses marcam nesta segunda-feira o 23º aniversário do massacre da Praça da Paz Celestial de uma forma dramática: com a prisão de ativistas, outras dezenas sob vigilâncias e restrições a buscas na internet sobre o assunto. Tudo isso numa tentativa do governo chinês de impedir novas manifestações que lembrem o movimento que em 1989 cobrou mais liberdade e abertura política.

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O massacre aconteceu entre a noite do dia 3 e a madrugada do dia 4 de junho de 1989, quando tropas chinesas dispararam contra centenas de estudantes que protestavam pacificamente na principal praça de Pequim, pedindo reformas democráticas. Outros estão presos até hoje. Desde então, o governo chinês tenta apagar a memória do sangrento episódio.

Mas o caso permanece vivo na memória mundial. No domingo, os Estados Unidos encorajaram a China a libertar todos os manifestantes ainda presos, lembrando a "violenta supressão da liberade" imposta aos manifestantes e a "trágica perda de vidas inocentes". O Ministério do Exterior chinês respondeu nesta segunda-feira com uma nota exprimindo sua forte desaprovação em relação ao pedido dos EUA para que os envolvidos no protesto de 1989 sejam libertados.

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Segundo grupos de direitos humanos, com o passar dos anos e o crescimento econômico chinês, Pequim aumentou as medidas de controle e censura sobre o protesto da Praça da Paz Celestial em todos os meios de comunicação impressos e online. Os termos "seis quatro" (uma referência à data), "vela" e "nunca esqueça" foram banidos da internet. Para ativistas, no entanto, o bloqueio será cada vez mais ineficaz devido à força das novas redes sociais.

Há uma semana, o pai de um jovem morto na Praça Celestial se matou para protestar contra o silêncio oficial. Há anos, ele cobrava uma resposta do governo sobre a morte de seu filho. Segundo a organização Mães da Praça da Paz Celestial, Ya Weilin, de 73 anos, foi encontrado morto com um bilhete, no qual explicava as causas da morte de seu filho.

O aniversário de 23 anos do massacre acontece em um momento de tensão para o governo chinês, apenas quatro meses antes da reunião do congresso, onde serão escolhidos os líderes nacionais para a próxima década, e algumas semanas após a fuga do dissidente cego Chen Guangcheng, que hoje está nos EUA.

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