Grupo de ativistas apresentou um robô usado para burlar a proibição do aborto no México. O dispositivo é controlado remotamente da capital mexicana, onde o aborto não é penalizado| Foto: EFE/José Méndez
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Coletivos feministas apresentaram na quarta-feira um robô controlado à distância a partir da Cidade do México, onde o aborto é legal, para fornecer medicamentos a mulheres que desejam interromper uma gestação em estados onde a prática não é permitida.

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"O robô é operado a partir da Cidade do México, onde o Código Penal permite o aborto. Estando na capital, a pessoa que o controla para entregar o medicamento não está infringindo a lei. É operado em um contexto onde é legal", declarou Jennifer González, integrante de um dos grupos, em entrevista coletiva.

O dispositivo, batizado rAborta e apresentado em entrevista na capital mexicana, é um pequeno dispositivo com rodas e uma câmera embutida que pode ser controlado remotamente através de um telefone celular para fornecer medicamentos abortivos.

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A iniciativa começou a ser aplicada na terça-feira, em 11 estados mexicanos. As associações feministas recebem o pedido das mulheres que desejam fazer o aborto, por redes sociais, e um especialista médico prescreve o medicamento na Cidade do México.

Na segunda-feira, a capital mexicana viveu momentos tensos durante uma marcha de mulheres pró-aborto pelo centro da cidade. Elas entraram em confronto com a polícia e tentaram derrubar as cercas do Palácio Nacional, sendo repelidas com gás lacrimogêneo por parte das forças de segurança.

Dos 32 estados do México, apenas Cidade do México, Oaxaca, Hidalgo e Veracruz legalizaram o aborto até 12 semanas de gestação, independentemente da causa. No resto do país, a interrupção da gravidez é permitida em casos de estupro.

Porém, há três semanas, a Suprema Corte declarou inconstitucional a criminalização do aborto no estado de Coahuila, estabelecendo um precedente para os tribunais mexicanos.