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A atriz que está processando o produtor de um filme anti-Islã que gerou protestos violentos em todo o mundo muçulmano planeja abandonar a ação inicial e apresentar um novo caso num tribunal federal a respeito de direitos autorais, disse a advogada dela nesta segunda-feira (24).

Cindy Lee Garcia, que aparece no filme "Inocência dos Muçulmanos", entrou com um processo na semana passada em um tribunal estadual de Los Angeles contra Nakoula Basseley Nakoula, o morador da Califórnia considerado o responsável pelo filme, alegando que foi enganada na interpretação de seu papel e que sua vida foi posta em risco como resultado.

O caso dela também cita como réus o YouTube e seu controlador, o Google, por terem realizado a distribuição do filme na internet. Um juiz do tribunal da Califórnia rejeitou na quinta-feira (20) o pedido da atriz para que o YouTube retirasse o filme do site.

"Hoje vamos descartar a ação judicial no tribunal estadual, mas vamos abrir uma nova ação no tribunal federal", disse Cris Armenta, advogada de Cindy, no programa de TV da NBC, Today.

"Minha cliente tem uma reivindicação de direitos autorais", disse ela. "Temos a intenção de aplicá-la."

O caso de Cindy é o primeiro processo civil conhecido ligado ao vídeo, que mostra o profeta Maomé como um mulherengo e um tolo.

A advogada afirmou que os distribuidores de conteúdo de terceiros devem arcar com alguma responsabilidade pelo que é exibido em suas plataformas.

"Acho que devemos ter muito claramente que o Google e o YouTube estão fazendo a coisa errada, que eles dizem em seus próprios termos e diretrizes que o discurso de ódio não é permitido", disse Armenta.

"Como isso (o filme) pode não ser um discurso de ódio? Como isso pode não ser errado, moralmente, intelectualmente e legalmente?".

O Google já rejeitou um pedido da Casa Branca para reconsiderar sua decisão de manter os vídeos no YouTube, mas a empresa bloqueou o filme em alguns países muçulmanos, como Egito e Líbia. A Casa Branca pediu ao Google para avaliar se o vídeo violou os termos de serviço do YouTube.

Em sua ação, a atriz de Bakersfield, na Califórnia, acusa o produtor do filme, que ela identificou como Nakoula usando o pseudônimo de Sam Bacile, de enganá-la para aparecer em um filme "odioso" que ela tinha sido levada a acreditar que era um simples filme de aventura no deserto.

O filme provocou uma onda de violência contra os EUA em todo o mundo muçulmano no aniversário do 11 de Setembro e nos dias seguintes. A violência incluiu um ataque a instalações diplomáticas dos EUA em Benghazi, na Líbia, em que o embaixador dos EUA e outros três norte-americanos foram mortos.

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