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Manifestantes socorrem ferido em confronto com forças de segurança no centro do Cairo | Mohamed Abd El-Ghany/Reuters
Manifestantes socorrem ferido em confronto com forças de segurança no centro do Cairo| Foto: Mohamed Abd El-Ghany/Reuters

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Confronto entre torcidas resulta em tragédia e leva nova multidão às ruas no Egito.

Quem começou o confronto?

- Torcedores do Al Masry, de Por Said - cidade sede do jogo -, que tinha vencido a partida por 3 a 1, invadiram o campo e foram para cima dos jogadores e torcedores do Al Ahly, equipe do Cairo.

Como as pessoas morreram?

- Segundo autoridades egípcias, muitos foram esfaqueados e agredidos com porretes e pedras, mas a grande maioria teria morrido sufocada ou pisoteada na confusão.

Por que os militares são acusados?

- Eles não teriam garantido a segurança, deixando pessoas entrarem armadas no estádio e permitindo que o confronto ocorresse sem qualquer intervenção.

Qual deve ser o impacto político?

- Mais instabilidade política e mais pressão para a saída dos militares. O episódio já gerou duras declarações do braço político da Irmandade Muçulmana contra a junta militar.

A revolta pela morte de 74 pessoas em uma partida de futebol na quarta-feira provocou novos distúrbios e mais mortes ontem no Egito, enquanto o país tentava en­­tender o que levou à pior tragédia esportiva em 15 anos.

Para os milhares de manifestantes que foram às ruas, a resposta é clara: a culpa é da junta militar no poder, incapaz de manter a segurança desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, há um ano.

Pelo menos três pessoas morreram e mais de 1.500 ficaram feridas em confrontos com a polícia que começaram na quinta e continuaram ontem. Os maiores protestos foram no Cairo e na cidade de Suez, a 130 km da capital.

No Cairo, os manifestantes fo­­ram rechaçados pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo ao tentar invadir o Ministério do In­­terior. O protesto foi liderado pe­­los "ultras", como é conhecida a facção radical de torcedores do Al-Ahly, o time mais popular da capital.

Os torcedores do clube foram as principais vítimas da tragédia no estádio de Port Said (220 km a nordeste do Cairo), durante o jogo contra o time local, Al-Masry.

Os dirigentes dos "ultras" di­­zem que estavam vulneráveis em Port Said, longe de sua base no Cai­­ro e cercados por um ambiente hostil. "Fomos impedidos de deixar o estádio enquanto éramos massacrados por agentes da policia", disse Mahmoud Abu Shark, um dos fundadores da torcida.

"Os portões do estádio sempre abrem 15 minutos antes do final da partida. Desta vez, porém, fi­­caram trancados enquanto o Exér­­cito friamente nos assistia morrer."

Para Abu Shark, apenas a queda da junta militar encerrará as mobilizações que sacodem o Cai­­ro. "Passou-se um ano e nada mu­­dou, o regime é o mesmo e ape­­nas as mobilizações poderão vingar os nossos mártires", afirmou.

Prédio incendiado

No auge dos protestos de hoje, um prédio do governo foi incendiado.

Em Suez, 3 mil pessoas cercaram a sede da polícia depois de saber que entre os mortos havia um morador da cidade. Forças de segurança responderam com bom­­bas de gás e tiros, de acordo com a Associated Press. Duas pessoas fo­­ram mortas.

Em comunicado publicado em sua página no Facebook, a junta militar alertou que o país atravessa "a etapa mais perigosa e importante de sua história" e acusou elementos "externos e internos" pela escalada de violência.

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