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O australiano David Hicks se declarou culpado de apoiar o terrorismo, nesta segunda-feira, durante uma audiência no Tribunal Militar de Guantánamo, Cuba. O advogado militar que defende Hicks fez a declaração em nome do australiano, que ficou em pé ao seu lado, com expressão impassível. Hicks está há mais de cinco anos detido na prisão de Guantánamo, construída pelos Estados Unidos após a queda do movimento Talibã no Afeganistão.

É a primeira audiência desse tipo do Tribunal Militar criado no ano passado pelo Congresso americano para julgar os chamados "combatentes inimigos" detidos em Guantánamo, após a invalidação pela Suprema Corte da fórmula adotada anteriormente pelo governo.

Convertido ao Islã, David Hicks foi feito prisioneiro em dezembro de 2001 no Afeganistão, onde teria combatido junto com os talibãs. Detido desde janeiro de 2002 em Guantánamo, ele, apelidado de "o talibã australiano", é suspeito de ter recebido treinamento com a rede terrorista Al-Qaeda. Com a declaração de culpa, Hicks pode obter a deportação para a Austrália.

David Hicks já foi considerado culpado em 2004 por "ajudar o inimigo" e "tentativa de assassinato", mas as acusações desapareceram com a primeira fórmula dos tribunais de exceção. O Pentágono pediu que se mantivessem as acusações de tentativa de assassinato, mas a presidente dos tribunais de exceção, a juíza militar Susan Crawford, acreditou não haver elementos suficientes.

O advogado militar de Hicks, o comandante Michael Mori, fez a nova denúncia, explicando que apoiar um grupo terrorista era um crime federal que deveria ser julgado por um tribunal civil ao invés de um tribunal militar de exceção, reservado a crimes de guerra.

A organização americana de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch protestou contra o tribunal de exceção, afirmando que Hicks deveria ser julgado por um tribunal civil nos Estados Unidos.

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