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Badgá – A polícia iraquiana anunciou ontem que seis microônibus que atravessavam um bairro de maioria sunita levando dezenas de xiitas, no oeste de Bagdá, desapareceram, no que provavelmente foi mais um seqüestro em massa na cidade, apenas dois dias após a captura de dezenas – a maioria sunita – no Ministério de Ensino Superior.

Segundo policiais, os ônibus foram parados por homens armados, alguns de uniforme, em falsos postos de verificação. Outras 15 pessoas foram seqüestradas num café. E 50 foram mortas em diferentes ataques no país.

O governo, liderado pelo premier xiita Nuri al Maliki, tomou uma atitude que deve enfurecer os sunitas e aumentar a violência sectária: ordenou a prisão do mais importante clérigo sunita do país, acusado de "apoiar o terrorismo’’.

O anúncio da ordem de prisão de Harith al Dari, líder da Associação de Clérigos Muçulmanos, foi feito em rede de tevê pelo ministro do Interior, o xiita Jawad al Bolani. Xiitas acusavam Dari de ter dado declarações de apoio a ataques da Al Qaeda.

A iniciativa ocorre num momento em que Maliki é cada vez mais pressionado pelos EUA para combater as milícias xiitas, ligadas a líderes da sua base política. O governo culpa a insurgência sunita pela violência.

Os indícios de que o frágil governo de união nacional está se desintegrando se acumulam. O ministro do Ensino Superior, o sunita Abd Dhiab, que se afastou após o seqüestro em massa no seu ministério, diz que a situação é de "anarquia’’. "Não há governo efetivo’’, afirmou.

Segundo Dhiab, parte das dezenas capturadas na terça foi torturada e morta. A informação foi dada por reféns que foram libertados.

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