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As emissões de raios ultravioleta podem explicar o rigor dos últimos invernos no Reino Unido e no norte da Europa. Dados produzidos por satélites mostram que os raios UV variam cerca de cinco vezes mais do que se conhecia. De acordo com trabalho publicado na revista Nature Geoscience, isso provoca mudanças na atmosfera e nas correntes de ar, causando invernos mais quentes em alguns lugares e mais frios em outros.

As informações sobre a variabilidade dos raios UV foram produzidas pelo Solar Radiation and Climate Experiment (SORCE), satélite da Nasa lançado em 2003. Os cientistas analisaram a atividade do Sol nas regiões de infravermelho, visível e ultravioleta com o Spectral Irradiance Monitor (SIM).

A radiação ultravioleta é absorvida na estratosfera, camada superior da atmosfera, pelo ozônio. Quando o ciclo solar está emitindo menos radiação, há menos UV para absorver, a estratosfera é relativamente mais fria.

Nessas condições, a velocidade do vento é alterada, provocando mudanças na corrente de ar que circula acima da Europa, América do Norte e Rússia. Essa seria explicação para ter mais frio no Reino Unido e norte da Europa, redistribuindo temperaturas em toda a região.

O sol entrou recentemente em sua fase considerada calma dentro de seu ciclo de 11 anos. O período coincide com os três anos em que tanto o Reino Unido com as áreas ao norte dos Estados Unidos e Europa enfrentaram um frio incomum. Ao mesmo tempo, houve mais calor no sul, nas proximidades do Mar Mediterrâneo e mais ao norte do Canadá e Groenlândia.

"O ponto chave é que este efeito é uma mudança na circulação, movendo ar de um lugar para outro, é por isso que alguns lugares ficam frios e outros se aquecem", disse Adam Scaife, que comanda a equipe UK Met Office's Seasonal to Decadal Prediction. Essas variações de temperatura não têm efeito nas temperaturas do planeta.

Os pesquisadores, porém, ressaltam que as emissões de radiação ultravioleta não são a única razão pela qual as temperaturas de inverno variam. No entanto, entender melhor esse mecanismo pode aperfeiçoar os modelos de previsão do tempo.

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