David Malpass, presidente do Banco Mundial, participando de evento em Washington, abril de 2022.| Foto: EFE/Lenin Nolly
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O Banco Mundial (BM) alertou nesta terça-feira para o perigo de uma recessão global caso ocorram mais eventos adversos na economia mundial, como uma inflação superior à esperada, aumentos abruptos das taxas de juro ou um ressurgimento da pandemia de Covid-19.

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Outros fatores que poderiam contribuir para a recessão seriam uma escalada das tensões geopolíticas, disse o BM no relatório de perspectivas globais.

"Isto poderia assinalar a primeira vez em 80 anos que duas recessões globais ocorreram na mesma década", detalhou a instituição financeira.

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As projeções apontam para um crescimento econômico global de 1,7% em 2023 e de 2,7% em 2024.

A entidade explicou que é esperada uma forte desaceleração do crescimento global e que, de fato, as expectativas para este ano foram revistas para baixo: em 95% para as economias mais avançadas e em quase 70% para os mercados emergentes e em desenvolvimento.

O relatório especifica que o crescimento econômico global está diminuindo "acentuadamente" devido à inflação, taxas de juro elevadas, investimentos reduzidos e perturbações causadas pela invasão russa à Ucrânia.

O BM acrescentou que para os próximos dois anos está previsto um crescimento per capita médio de 2,8% nos países emergentes e em desenvolvimento, um ponto percentual abaixo da média entre 2010 e 2019.

Na África subsaariana, onde se concentram 60% da pobreza mais extrema, é previsto um crescimento per capita de 1,2% entre 2023 e 2024, taxa que poderá fazer aumentar as taxas de pobreza.

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O presidente do BM, David Malpass, afirmou na nota que "a crise no desenvolvimento está se intensificando à medida que as perspectivas de crescimento global se deterioram".

Malpass observou que países emergentes e em desenvolvimento enfrentam um período plurianual de crescimento lento sob "o peso da elevada dívida e do baixo investimento, uma vez que o capital global está sendo absorvido por economias globais que enfrentam níveis extremamente elevados de dívida governamental e taxas de juro crescentes".

Além disso, antecipou que o fraco crescimento teria repercussões negativas na educação, saúde, pobreza, infraestruturas e nas crescentes exigências da crise climática.

De acordo com o relatório do BM, o crescimento nas economias avançadas deverá abrandar de 2,5% em 2022 para 0,5% em 2023.

Para a zona euro, o BM prevê um crescimento econômico de 0%, uma revisão em baixa de 1,9% relativamente às projeções anteriores.

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Nos EUA, o crescimento cairá para 0,5% em 2023, o que é 1,9 ponto percentual abaixo das projeções anteriores e da pior situação, se as recessões oficiais passadas desde 1970 não forem levadas em conta, comentou o BM.

Na China, a agência estima que o crescimento será de 4,3% neste ano, 0,9 ponto percentual abaixo das previsões anteriores.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]