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Doadores internacionais devem agir rapidamente para ajudar o novo governo do Haiti a estabilizar o país e começar a combater os graves problemas da pobreza e da violência, disse uma dirigente do Banco Mundial nesta segunda-feira.

Com elogios ao presidente René Préval, que assumiu o cargo no domingo, Carolina Anstey, diretora do Banco Mundial para o Caribe, disse que a eleição dele foi um raio de esperança para o Haiti.

Préval, outrora aliado do deposto presidente Jean-Bertrand Aristide, é o primeiro líder democraticamente eleito do país em mais de dois anos.

Anstey alertou Préval de que não haverá soluções de curto prazo para o país, o mais pobre das Américas, mas que a eleição democrática marca um reinício para um país que muitas vezes é considerado o paradigma de Estados falidos.

- O Haiti precisará de apoio de longo prazo e recursos de longo prazo para ser realmente capaz de entrar em um rumo de desenvolvimento sustentável e romper o que tem sido um ciclo de conflito, instabilidade e pobreza - disse Anstey.

O chamado Marco Internacional de Cooperação, que reúne 26 entidades em favor do Haiti, se reúne no dia 26 de maio em Brasília para discutir os apelos de Préval por mais verbas.

Anstey insinuou que Préval deu ao encontro um sentido de urgência devido aos recentes alertas de que essa experiência democrática do Haiti, e a chance de construir um futuro melhor, podem se perder se não houver apoio internacional.

- Acho que há um sentimento muito forte de que a oportunidade está aí, mas não ficará aí para sempre - disse Anstey. - Tanto as novas autoridades haitianas quanto os doadores precisam avançar rapidamente - acrescentou.

O Haiti precisa de muito mais ajuda do que os estimados 700 milhões de dólares que o Marco Internacional de Cooperação entregou desde a promessa de 1,08 bilhão de dólares, em julho de 2004. Anstey lembrou que outras nações instáveis do mundo competem por essas verbas.

- Há muita atenção dedicada atualmente, e corretamente, ao Sudão, à Libéria, e há uma contínua atenção ao Afeganistão.

Anstey disse que os doadores em muitos casos perderam o interesse no Haiti, onde o habitante médio vive com menos de 2 dólares por dia e a maioria da população está desnutrida.

- Os doadores tiveram um histórico no Haiti de virem com muito dinheiro e, em dois anos, saírem. Essa torneira de ajuda precisa ser aberta e assim prosseguir.

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