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O presidente dos Estados Unidos Barack Obama anunciou sua decisão de atacar a Síria nos jardins da Casa Branca, ao lado do vice, Joe Biden | Mike Theiler/Reuters
O presidente dos Estados Unidos Barack Obama anunciou sua decisão de atacar a Síria nos jardins da Casa Branca, ao lado do vice, Joe Biden| Foto: Mike Theiler/Reuters

Resposta

Exército sírio está pronto para possível ataque, diz primeiro-ministro

O Exército da Síria está pronto para um potencial ataque contra o país e está "com o dedo no gatilho", segundo afirmou o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halqi, em um pronunciamento divulgado na emissora estatal de televisão. "O Exército sírio está totalmente pronto, com o dedo no gatilho para enfrentar qualquer desafio ou cenário que eles queriam promover".

Inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) que estavam na Síria para investigar o possível uso de armas químicas durante um ataque no dia 21 de agosto deixaram o país neste sábado, abrindo caminho para uma possível intervenção liderada pelos Estados Unidos.

Após a saída dos inspetores, uma fonte do setor de Defesa da Síria disse que o país está esperando um ataque "a qualquer momento", acrescentando que as autoridades sírias estão prontas para retaliar.

Decisão

Congresso vai discutir ataque na semana do dia 9 de setembro

O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, disse em um comunicado divulgado ontem que o Congresso deve discutir o plano de um ataque à Síria na semana do dia 9 de setembro, quando a Casa volta do recesso.

"Sob os termos da Constitui­­ção, a responsabilidade de declarar guerras é do Congresso. Nós estamos felizes que o presidente Barack Obama tenha buscando nossa autorização para uma ação militar na Síria, em resposta às sérias e graves questões que estão sendo levantadas", diz Boehner no comunicado.

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O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem que decidiu realizar uma intervenção militar na Síria em retaliação ao suposto ataque químico que ocorreu no subúrbio de Damasco no último dia 21. Entretanto, ele também afirmou que pedirá autorização do Congresso para fazê-lo.

No pronunciamento feito nos jardins da Casa Branca, ao lado do vice, Joe Biden, Obama destacou que a ação terá escopo e duração limitados e não incluirá o envio de tropas.

O americano passou toda a manhã de sábado reunido com conselheiros de segurança nacional, incluindo o secretário de Estado americano, John Kerry, o secretário da Defesa, Chuck Hagel, entre outros conselheiros da Casa Branca relacionados com o assunto.

Eles ainda participariam de telefonemas com senadores democratas e republicanos, no que o jornal New York Times vê como uma tentativa de legitimar a ação – ainda que sem submetê-la a uma votação no Capitólio.

Os EUA consideram que as provas obtidas por seus serviços de inteligência são suficientes para justificar uma ação militar destinada apenas a coibir o uso de armas químicas.

Conforme o governo a­­me­­ricano, o regime sírio realizou um ataque com armas químicas no último dia 21 no subúrbio de Damasco que matou 1.429 pessoas, sendo 426 crianças. O regime nega.

Em Damasco, moradores observam a movimentação das tropas sírias e correm aos mercados para estocar mantimentos. Testemunhas afirmam, porém, que ainda não há relatos de escassez.

Impasse

O presidente russo, Vladi­­mir Putin, chamou de "absurdo total" as acusações de uso de armas químicas por parte do regime sírio e pediu aos EUA que apresentem provas quanto à responsabilidade por um suposto ataque químico ocorrido no subúrbio de Damasco.

"Em uma situação em que o Exército sírio estava em posição ofensiva, cercando a oposição em várias regiões, afirmar que o governo sírio usou armas químicas é absurdo total", declarou Putin à imprensa em Vladivostok. "Estou convencido de que isso não passa de uma provocação daqueles que querem envolver outros países no conflito sírio."

Foi a primeira reação pública de Putin sobre as declarações da inteligência americana.

O russo pediu que Wa­­shing­­ton apresente as provas que diz ter e destacou que a "interceptação de conversas não pode servir de base para a tomada de decisões fundamentais, em especial sobre o recurso à força contra um Estado soberano", em uma referência a grampos que os EUA teriam de oficiais sírios falando sobre um ataque químico. "As alusões de que [os EUA] têm essas provas, mas que são secretas e, por isso, não podem ser apresentadas a ninguém, não se sustentam. É simplesmente uma falta de respeito com seus aliados", disse Putin. "Se há provas sobre o uso de armas químicas, estas devem ser apresentadas. Se não forem apresentadas, é porque não existem."

Na entrevista, Putin elogiou a decisão "inesperada" dos parlamentares britânicos. "Isso significa que, mesmo no Reino Unido, o principal aliado geopolítico dos EUA, há pessoas que são guiadas por interesses nacionais, pelo bom senso e que defendem a soberania", disse. "Para mim, isso foi totalmente inesperado. Todo o mundo está acostumado a ver a sociedade ocidental aceitar tudo, sem maiores questionamentos, conforme os desejos do seu principal parceiro, os EUA."

Consequência

Investida contra Síria teria repercussões em outros países, diz Irã

O chefe da Guarda Revolucionária do Irã, comandante Mohammad Ali Jafari, alertou ontem que um ataque dos Estados Unidos à Síria desencadearia reações além das fronteiras do país. "O fato de os norte-americanos acreditarem que a intervenção militar será limitada dentro das fronteiras da Síria é uma ilusão. Isso vai provocar reações para além do país", afirmou ele, segundo divulgado pela agência de notícias ISNA.

Enquanto isso, parlamentares do Irã conversaram no sábado com o presidente sírio, Bashar al-Assad. "Como representantes da República Islâmica do Irã, nós declaramos nossa oposição a qualquer ataque ou guerra contra a Síria", afirmou Allaeddine Boroujerdi, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento.

Segundo o comandante da Guarda Revolucionária, a exemplo do que ocorreu com as intervenções dos EUA no Afeganistão e no Iraque, um ataque à Síria incentivaria o extremismo e resultaria em "dor, massacres e no êxodo de populações inocentes".

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