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Grave incêndio faz Grécia declarar estado de emergência

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O Papa Bento XVI condenou nesta quarta-feira (29) as ações criminosas de incendiários, cujo "comportamento irresponsável coloca em perigo a integridade das pessoas e destrói o meio ambiente".

A condenação do Papa acontece enquanto a Grécia luta pelo sexto dia consecutivo contra o fogo que assola o sul e o leste do país e depois da grave onda de incêndios registrados em agosto na Itália.

"Nestes dias, várias zonas geográficas foram devastadas por graves catástrofes: refiro-me tanto às inundações em vários países como os incêndios devastadores na Grécia, Itália e outros países europeus", declarou o Papa.

Controle

Os bombeiros gregos conseguiram, nesta quarta, começar a controlar os incêndios florestais que mataram pelo menos 63 pessoas em todo o país nos últimos dias e desencadearam acusações de incompetência contra o governo.

Milhares de gregos devem participar nesta quarta-feira de um protesto em Atenas, em solidariedade a milhares de desabrigados. Segundo o governo, os incêndios custarão ao país 1,2 bilhão de euros (mais de R$ 3 bilhões), mais de 0,6% do PIB grego.

Incêndios que mantinham moradores isolados e aterrorizados em parte da península do Peloponeso, ao sul, agora estão sendo controlados, disseram os bombeiros. Eles alertaram, porém, que os ventos poderiam reavivar as chamas, algo que vem ocorrendo costumeiramente e prejudicando os trabalhos.

"Debelamos os incêndios, mas temos de continuar cuidadosos porque os ventos normalmente ganham força à tarde", disse o bombeiro voluntário Costas Georgakopoulos, para a agência de notícias "Reuters", na localidade de Ploutochori, na península do Peloponeso.

Essa é a região mais afetada pelos incêndios, mas há casos até em Ioannina, no norte. Os serviços de emergência do país estão sobrecarregados, e reforços e equipamentos foram enviados de lugares como Espanha e Israel.

O governo conservador do primeiro-ministro Costas Karamanlis declarou emergência nacional devido à onda de incêndios, a maior já registrada, e pediu unidade e solidariedade com as vítimas.

Golpe políticoMas a oposição e muitos cidadãos atingidos dizem que as autoridades demoraram a agir e foram incompetentes. "O governo demonstrou que é completamente incapaz de gerenciar esta importante crise", disse George Papandreou, líder do Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok). "O governo demonstrou uma resposta fraca, ineficiência e o que equivale a uma negligência criminosa."

A Grécia realiza eleições parlamentares no dia 16. Uma nova pesquisa mostra que os conservadores mantêm uma vantagem de dois pontos percentuais sobre o Pasok, num sinal de que Papandreou talvez não esteja conseguindo capitalizar politicamente a crise.

Outra pesquisa, publicada na terça-feira, mostrava que a vantagem dos governistas havia caído para menos de 1 ponto percentual.

Em julho, cerca de 10 mil pessoas fizeram uma manifestação depois que um incêndio menor destruiu uma das poucas florestas remanescentes perto de Atenas. Elas exigiam que a área fosse recuperada ao invés de usada para fins imobiliários.

Muitos gregos acham que vários dos incêndios foram ordenados por especuladores imobiliários. O governo oferece até 1 milhão de euros por pistas que levem a incendiários.

Na cidade de Patras, um estádio de futebol foi transformado em acampamento de desabrigados. Em toda a região da Ília, dezenas de caminhões da companhia elétrica local trabalhavam para religar a eletricidade de algumas aldeias do Peloponeso que estão há seis dias sem energia.

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