O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, atacou os juízes hoje, qualificando-os como "um câncer da democracia". A declaração foi dada no dia de sua primeira aparição em um tribunal em um julgamento por suborno, um dos três processos atualmente enfrentados pelo magnata.

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Berlusconi falou durante um intervalo da audiência onde ele é acusado de pegar a seu ex-advogado britânico David Mills US$ 600 mil, em troca de um falso testemunho sobre suas transações financeiras. Esses magistrados "são o câncer de nossa democracia responsáveis por repetidas tentativas de subversão", afirmou o premiê. Já os juízes que rejeitam acusações de promotores foram chamados por Berlusconi de "heróis".

O premiê qualificou o caso Mills como "incrível, realmente surreal". Segundo ele, "não há motivo para corrupção, nem prova de que o dinheiro foi pago, nada". Ele negou inclusive conhecer Mills, considerado culpado em 2009 por receber 416 mil euros e sentenciado a quatro anos e meio de prisão. Um tribunal de apelações anulou o caso contra o advogado em 2010, pois seu prazo legal já tinha expirado.

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O caso de Berlusconi foi adiado para o dia 16, quando o chefe da equipe de Fórmula 1 Renault, Flavio Briatore, irá comparecer como testemunha. É a primeira vez que Berlusconi comparece a um tribunal para responder às acusações de que pagou Mills para inventar um testemunho que sabia ser falso.

Antes da audiência, partidários de Berlusconi e dos magistrados lembraram as vítimas de terrorismo no país. Nos anos 1970, 26 magistrados e procuradores foram mortos na Itália, quando o grupo esquerdista Brigadas Vermelhas e extremistas de direita cometeram homicídios, ou em ataques da máfia. O presidente italiano, Giorgio Napolitano, comandou uma cerimônia em Roma para marcar a data e lembrar os funcionários vítimas da violência.

Berlusconi é acusado ainda de pagar por sexo com uma prostituta menor de idade, conhecida por Ruby, e posteriormente tentar encobrir essa situação abusando de seu poder. O premiê também é acusado de fraude na compra de direitos de distribuição da Mediatrade-RTI, parte de seu império midiático Mediaset, mas não se sabe se esse caso resultará em julgamento.

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