O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta quarta-feira (15) que defende a inclusão da Rússia como membro da União Européia (UE), uma "visão" que ele tem há vários anos. "Eu considero a Rússia como um país ocidental e meu projeto é que a Federação Russa possa se tornar um membro da UE nos próximos anos", disse Berlusconi.

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"Eu quero ir mais longe. Eu tenho tido esta visão há anos", disse Berlusconi ao chegar em Bruxelas para a cúpula da UE. Segundo ele, em primeiro lugar a UE deveria retomar as conversações com Moscou sobre um acordo de parceria que foi suspenso durante a guerra entre Rússia e Geórgia, em agosto.

O primeiro-ministro tem, há vários anos, um relacionamento bastante amigável com o premiê russo, Vladimir Putin, tendo convidado este e família para ficarem em sua residência pessoal na Sardenha.

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Já as relações entre a Rússia e a UE tem áreas de atrito que vão além da Geórgia. Elas incluem a ampliação da influência européia em países do leste que faziam parte do bloco soviético, os planos para a instalação de partes de um sistema de defesa de mísseis na Polônia e na República Checa e a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Por seu lado, a Rússia tem sido acusada de usar sua posição como grande exportador de petróleo e gás para fins políticos e enfrentado críticas sobre seus supostos abusos aos direitos humanos e falhas na democracia durante as eleições presidenciais deste ano.

Mas Rússia e UE precisam uma da outra. A Rússia é a principal fonte de petróleo e gás para a Europa e a Rússia é um mercado em rápida expansão para as empresas da Europa ocidental. Mais produtos russos são destinados à UE do que para qualquer outro lugar, já a Rússia é o terceiro maior parceiro comercial do bloco, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, cujo país está atualmente na presidência rotativa da UE e foi o negociador de cessar-fogo entre Rússia e Geórgia, deu a entender que é favorável à retomada das conversações sobre o pacto de cooperação com a Rússia.

Atualmente, as relações entre russos e europeus são definidas por um acordo de parceria datado de 1997, quando a Rússia ainda sofria com problemas econômicos referentes ao colapso da União Soviética. O novo acordo de parceria deve aprofundar as relações entre os dois lados, tanto política quanto economicamente, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de energia para a Europa, que está ansiosa por assegurar o fornecimento de petróleo e gás. As informações são da Dow Jones.

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