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Um tribunal de Milão acusou hoje o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi de subornar testemunhas na ação judicial em que o chefe de governo é acusado de pagar para fazer sexo com Karima el-Mahroug, conhecida como Ruby, quando ela tinha menos de 18 anos.

As relações sexuais teriam acontecido em uma de suas festas com prostitutas em uma mansão em Arcore, perto de Milão, conhecidas como "bunga bunga". Na ação, ele foi condenado a sete anos de prisão em primeira instância, mas sua defesa entrou com um recurso que é avaliado pela Justiça.

Segundo documentos judiciais, a corte afirmou que os procuradores receberam provas contra Berlusconi e outros implicados de que ele teria pago "com dinheiro e outros benefícios" jovens mulheres que participavam de festas em sua casa para que dessem depoimentos falsos no caso.

A Justiça deverá abrir uma nova investigação, a ser anexada ao processo por corrupção de menores e abuso de poder. Ele também foi condenado por abuso de poder quando era primeiro-ministro por ter conseguido a libertação de Ruby, que estava detida sob custódia por roubo a uma loja.

Na época, Berlusconi justificou a soltura dizendo que a jovem era parente do então ditador egípcio, Hosni Mubarak. A decisão, tomada em primeira instância, ainda cabe recurso em outros dois níveis -o Tribunal de Apelações e a Corte Suprema.

Cassação

A denúncia é feita dois dias após o Senado italiano decretar a cassação de seu mandato devido ao processo em que foi condenado em última instância a quatro anos de prisão por fraude fiscal. Ele ficará inelegível por seis anos, o que pode dar fim à sua carreira política de 20 anos.

No caso, conhecido como Mediaset, foi condenado por superfaturar a compra e venda de direitos de filmes americanos para seu conglomerado de mídia entre 1994 e 1999. Os magistrados estimam em 46 milhões de euros (R$ 120 milhões) o montante desviado durante a fraude, entre 2000 e 2003.

Ele ainda foi condenado a um ano de prisão em Milão por violar o sigilo telefônico de uma ligação feita em 2005. O conteúdo da conversa foi publicado pelo jornal "Il Giornale", de propriedade de seu irmão, Paolo.

A ligação foi feita entre o presidente da seguradora Unipol, Giovane Consorte, e o líder do oposicionista Democratas de Esquerda, Piero Fassino, em que os dois discutiam a possível compra do Banco Nazionale del Lavoro pela seguradora, uma transação que não se concretizou.

O conteúdo foi publicado pelo jornal e usado contra Fassino, que era adversário político do ex-chefe de governo na eleição parlamentar de 2006. A fita foi considerada um "presente" para o então mandatário italiano, que venceu o pleito.Na cidade, ele ainda é processado por obstrução à Justiça. Em Nápoles, Berlusconi é acusado de subornar o senador Sergio De Gregorio, que teria recebido Ç 3 milhões (R$ 9,3 milhões) para deixar o pequeno partido Itália dos Valores logo após a eleição parlamentar de 2006, e juntar-se à centro-direita.

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