O líder de centro-esquerda da Itália, Pier Luigi Bersani, propôs nesta quarta-feira (17) o nome de Franco Marini, ex-presidente do Senado, como candidato a presidente da República, o que pode causar divisões dentro do seu próprio Partido Democrático.

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Marini, um católico proeminente e ex-líder da central sindical moderada CISL, recebeu o apoio do bloco de centro-direita de Silvio Bersluconi e dos centristas encabeçados pelo primeiro-ministro interino, Mario Monti, mas sua eleição ainda era incerta.

O Parlamento inicia na quinta-feira a eleição indireta do sucessor do presidente Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio.

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Caberá ao novo presidente encerrar o impasse deixado pela inconclusiva eleição de fevereiro, seja convencendo os partidos a buscarem uma aliança, ou então convocando uma nova eleição.

"Marini é o candidato que tem melhor chance de conseguir um amplo apoio", disse Bersani durante reunião de parlamentares de seu Partido Democrático. "Ele está ligado a questões trabalhistas e sociais e é um daqueles que construíram a centro-esquerda."

No entanto, Marini enfrenta oposição de parte do bloco de Bersani, e o prefeito de Florença, Matteo Renzi, de 38 anos, principal rival de Bersani no partido, deixou claro imediatamente que não apoiaria Marini.

"Nós nos opomos a essa escolha. Nossos parlamentares não vão votar nele", afirmou Renzi, que tem pelo menos 50 aliados no Parlamento, ao site do jornal La Stampa. Vários outros parlamentares do PD imediatamente assumiram uma posição semelhante.

Renzi, que disputou sem sucesso com Bersani a liderança do PD no ano passado e que é de longe o político mais popular do partido, disse mais tarde em entrevista na TV que eleger Marini seria "um desserviço para o país".

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Ele descreveu o ex-sindicalista de 80 anos como "um candidato do século passado" que não tinha carisma ou posição internacional, afirmando ser inaceitável que sua candidatura se baseie em grande parte no fato de ser um católico conhecido.

Ele também apontou que Marini havia perdido a eleição de fevereiro e disse que era paradoxal que não tendo conseguido ser eleito como senador, ele poderia agora se tornar chefe de Estado.

Há semanas os partidos buscam um consenso sobre o novo presidente, e Marini, que não foi reeleito em fevereiro, é sabidamente impopular entre muitos senadores e deputados do PD.

Nesta quarta-feira, o partido alternativo Movimento 5-Estrelas substituiu seu candidato a presidente. A jornalista de TV Milena Gabanelli desistiu, e o grupo manifestou apoio ao acadêmico e político esquerdista Stefano Rodota, que poderá ter o apoio de elementos do PD contrários a um acordo com Berlusconi.

Outros candidatos citados incluem os ex-premiês Giuliano Amato, Massimo D'Alema e Romano Prodi.

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