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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu primeiro discurso sobre o Estado da União
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu primeiro discurso sobre o Estado da União| Foto: EFE/EPA/SAUL LOEB

Em seu primeiro discurso sobre o Estado da União, realizado nesta terça-feira (1), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu “isolar ainda mais a Rússia”, por meio do fechamento do espaço aéreo americano a voos do país, disse que vai perseguir crimes de oligarcas russos e garantiu que não enviará forças para lutar na Ucrânia. Mirando manter as “fundações do mundo livre” (que ele acusa Vladimir Putin de querer abalar), Biden também reforçou sua defesa do "direito das mulheres ao aborto" que, segundo ele, tem sofrido "ataque sem precedentes" no país.

Aborto

O pronunciamento anual é a oportunidade de o presidente dos EUA apresentar ao Congresso americano seus principais projetos para o ano. Em sua fala, Biden ressaltou que, "se o país não quiser andar para trás", deve proteger o “direito de escolha das mulheres” que, segundo ele, sofre ameaças no país. "Fazer avançar a liberdade e a justiça também exige a proteção dos direitos das mulheres", disse.

O aborto é legalizado nos EUA desde a decisão de Suprema Corte de 1973 dispondo que o Estado não tem o direito de intervir na decisão de uma mulher sobre a sua gravidez.

Na última década, diversos estados liderados por republicanos aprovaram regras na contramão desses parâmetros, com o objetivo declarado de conseguir que a Supremo Corte reveja e anule o precedente. A mais alta instância judicial do país, que tem agora seis juízes conservadores e três progressistas, avalia dois casos que podem selar o destino da decisão de 1973.

Biden também falou sobre a sua nomeada para ocupar a vaga na Suprema Corte, deixada pelo juiz Stephen Breyer, a juíza negra Ketanji Jackson, a qual descreveu como "uma das principais mentes jurídicas" nos EUA. O presidente ressaltou que ela tem o apoio tanto dos juízes de linha democrática como republicana.

Sanções à Rússia

No discurso desta terça, Biden anunciou novas sanções à Rússia. "Esta noite, anuncio que nos uniremos aos nossos aliados e fecharemos o espaço aéreo americano a todos os voos russos, para isolar ainda mais a Rússia", declarou.

Perante as duas câmaras do Congresso, o presidente disse que as forças americanas não buscam enfrentar os militares russos na Ucrânia, apesar de sua mobilização em países na parte leste da Otan. "Nossas forças não vão à Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender nossos aliados da Otan, caso (Vladimir) Putin decida seguir para o Oeste", explicou.

Segundo ele, o Departamento de Justiça dos EUA está formando um grupo de trabalho com a finalidade de perseguir os crimes de oligarcas russos. "Estamos nos unindo aos nossos aliados europeus para encontrar e apreender iates, apartamentos de luxo e aviões particulares deles", anunciou.

Ressaltando que "a liberdade sempre vencerá a tirania", Joe Biden disse que mandatário da Rússia, Vladimir Putin, pode "cercar Kiev com tanques, mas nunca ganhará os corações e as almas do povo ucraniano".

Reforma migratória

Joe Biden também pediu que o Congresso aprove, "de uma vez por todas", uma reforma migratória que inclua um caminho à cidadania americana para cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país.

Além de jovens que foram para os EUA quando crianças e beneficiários do Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), a medida deve servir para regularizar os trabalhadores agrícolas e os empregados que foram considerados essenciais durante a pandemia de Covid-19. "Não é apenas a coisa certa a fazer, mas também é inteligente economicamente", ressaltou.

Infraestrutura e combate à inflação

O presidente dos Estados Unidos prometeu "uma década de infraestrutura", referindo-se ao plano de infraestruturas de US$ 1,2 trilhões, aprovado em novembro do ano passado, e assegurou que este transformará o país e o colocará no caminho da "concorrência econômica" no século XXI, mais especificamente com a China.

"Disse a Xi Jinping que nunca é bom apostar contra o povo americano", relatou, desafiando o presidente chinês.

O democrata comentou que, com este plano, seriam criados milhões de empregos para os americanos, e que as estradas, aeroportos, portos e canais serão modernizados. Ele prometeu, ainda, um plano para combater a inflação "reduzindo os custos, não os salários".

Biden garantiu que conter os preços é a sua "prioridade máxima", falou em reduzir vários custos, a começar por medicamentos, energia e despesas familiares, como cuidados infantis. Segundo ele, ninguém que ganhe menos de US$ 400 mil por ano pagará mais impostos. O presidente também defendeu o aumento do salário mínimo para US$ 15 por hora, para que ninguém tenha de sustentar a sua família "na pobreza".

No discurso, o presidente acusou a gestão anterior, presidida por Donald Trump, de ter inflado o déficit com cortes nos impostos para os mais ricos e de ter permitido que milhões de dólares em fundos dedicados a aliviar os efeitos da pandemia fossem utilizados para outros fins, motivo pelo qual anunciou que o Departamento de Justiça nomeará um procurador para investigar estes casos de fraude.

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