Xi Jinping, em evento em Pequim nesta semana: em conversa por telefone com o presidente americano, ditador pediu que EUA respeitem princípio de “uma só China”| Foto: EFE/EPA/LAILY RACHEV/Palácio Presidencial da Indonésia
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O ditador chinês, Xi Jinping, conversou por telefone nesta quinta-feira (28) com o presidente americano, Joe Biden, e pediu aos Estados Unidos que “aceitem o princípio de 'uma só China'”, segundo informou um comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores da China.

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Nos últimos dias, as tensões entre Washington e Pequim aumentaram no contexto da possível viagem a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi.

Durante a conversa por telefone, a primeira desde março, o ditador chinês reiterou a oposição da China “à independência de Taiwan” e a “ingerências externas”. Segundo a mídia estatal chinesa, Xi teria alertado: “Quem brinca com o fogo acaba se queimando”.

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Nesta semana, um porta-voz do Exército chinês advertiu aos EUA que as forças do país asiático “não ficarão de braços cruzados” se a visita ocorrer e o Ministério das Relações Exteriores da China reiterou recentemente que a China “responderia com firmeza”.

Até o momento, nem Nancy Pelosi nem o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan confirmaram a viagem, que ocorreria em agosto, segundo a imprensa americana.

Durante a conversa entre os dois líderes, que durou mais de duas horas, o ditador chinês alertou Biden que “definir as relações entre os dois países de uma perspectiva competitiva é enganoso e errado”.

Xi expressou sua esperança de que as duas superpotências “mantenham comunicação sobre questões importantes, como coordenação de políticas macroeconômicas, manutenção da estabilidade das cadeias industriais de suprimentos e a garantia da energia global e da segurança alimentar”.

Além disso, o líder chinês avisou a Biden que “a dissociação das cadeias de suprimentos não ajudará a impulsionar a economia dos EUA”.

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Da mesma forma, Xi recomendou que os dois países “trabalhem juntos” para “esfriar as questões regionais mais urgentes” e “ajudar o mundo a sair da pandemia de Covid-19, da estagnação e do risco de recessão”.

Xi e Biden, que ainda não se encontraram pessoalmente desde a chegada deste último à Casa Branca, descreveram seu diálogo como “franco e profundo” e concordaram em “manter contato”.

Esta foi a segunda conversa entre os dois líderes desde o início da invasão russa da Ucrânia, tema que também foi discutido na conversa desta quinta-feira, embora Pequim informe apenas que Xi Jinping “reiterou a posição da China” sobre o assunto.

Desde o início da guerra, a China manteve uma posição ambígua, pedindo respeito pela “integridade territorial de todos os países”, inclusive a Ucrânia, e atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia.

Em nota, a Casa Branca informou que nesta quinta-feira os dois líderes “discutiram uma série de questões importantes para o relacionamento bilateral e outras questões regionais e globais, e encarregaram suas equipes de continuar levando adiante a conversa de hoje, em particular para abordar as mudanças climáticas e a segurança em saúde”.

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“Sobre Taiwan, o presidente Biden ressaltou que a política dos Estados Unidos não mudou e que os Estados Unidos se opõem fortemente aos esforços unilaterais para mudar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentou o comunicado.

Relações deterioradas

As relações entre os dois países começaram a se deteriorar em 2018, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou uma guerra comercial com a China que depois foi estendida a campos como tecnologia e diplomacia.

No último ano, as tensões se intensificaram no Estreito de Taiwan como resultado do aumento das incursões de aviões chineses na autodefinida zona de identificação aérea (ADIZ) de Taiwan e porque a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, admitiu que os EUA têm uma presença militar na ilha, algo que Pequim descreveu como “uma provocação”.

Taiwan, com a qual os EUA não mantêm relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre as duas superpotências, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas para a ilha e seria seu maior aliado militar no caso de conflito com o gigante asiático.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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