Washington vai ceder papéis sobre a ditadura
Em um gesto de boa vontade para ajudar na reaproximação entre Brasil e EUA, Biden trouxe na mala um presente para Dilma: um conjunto de documentos dos EUA sobre o período de 21 anos do governo militar brasileiro. O material será passado para a Comissão Nacional da Verdade, criada pela Dilma.
Agência Estado
Num aceno para normalizar as relações após o escândalo de espionagem praticado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) americana, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff e reiterou pessoalmente que o programa de monitoramento será revisto.
A audiência privada de Biden com Dilma durou cerca de uma hora. Ele deixou o Palácio do Planalto afirmando que os dois países empreendem um "esforço comum" na garantia da segurança da internet e elogiando a liderança brasileira na governança da rede.
"A internet não é uma ferramenta de repressão do Estado, ela pertence ao povo do mundo", declarou o americano. Em meados do ano passado, documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden revelaram que os EUA interceptaram comunicações de cidadãos e de empresas brasileiras, incluindo ministros e a própria presidente Dilma.
O fato causou tamanho mal-estar entre os dois países que Dilma decidiu cancelar uma visita de Estado a Washington que estava planejada para outubro do ano passado. O Brasil também reagiu as denúncias tentando adotar um papel de protagonista no debate internacional, com a aprovação do Marco Civil da Internet.
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